A postando na diversidade e buscando proporcionar novas alternativas para o produtor rural, a Cotrijal, de Não-Me-Toque, desenvolve, desde o ano passado, um projeto voltado ao cultivo da canola, oleaginosa com capacidade de produzir óleos nobres e biodiesel. No primeiro ano, em decorrência de problemas climáticos que afetaram as culturas de inverno de um modo geral, o resultado não foi o esperado. Porém, na atual safra, a lavoura com cerca de 1,3 mil hectares apresenta bom desenvolvimento e pode confirmar-se como uma das melhores alternativas para diversificação de culturas de inverno e geração de renda pela produção de grãos.
Segundo o coordenador administrativo do Departamento Técnico da Cotrijal, Edilson Baumgratz, as lavouras estabelecidas neste ano pela cooperativa não têm o objetivo de destinar o grão para a produção de biodiesel, mas para o óleo comestível, que qualitativamente tem espaço melhor no mercado exportador. 'Além da garantia de comercialização, a canola apresenta características agronômicas e de produtividade', explica. De acordo com ele, a cultura pode perfeitamente ocupar parte do espaço, hoje, ocioso no período de inverno. O plantio de trigo, cevada, aveia ou gramíneas ocupa somente 50% da área de cultivo. 'Ao invés de fazer uma simples cobertura de solo para as culturas posteriores, o produtor pode aproveitar o espaço com a canola, que é uma opção de lavoura geradora de renda', diz.
A Cotrijal tem contratos com indústrias que garantem a compra do produto a preços que chegam a superar a cotação da soja. A projeção é que os produtores colham entre 1,2 mil e 1,3 mil quilos por hectare. A oleaginosa, que está em floração, deverá ser colhida a partir de outubro.
(Por Simone Ramos,
Correio do Povo, 23/09/2007)