A viabilidade de novas rotas de transporte para escoar a produção mato-grossense, com a implantação e expansão das hidrovias Teles Pires–Tapajós e Paraguai-Paraná, será debatida no próximo dia 04, pelo Conselho Nacional de Transportes e Infra-estrutura, em Cuiabá. É a primeira vez que Mato Grosso sedia uma reunião do grupo.
O diretor nacional da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), almirante Murilo Barboza, apresentará aos secretários participantes os estudos e projetos para implantação das hidrovias, bem como custos-benefícios para o Estado, segundo maior produtor de grãos do país, como toda a região Centro-Oeste.
A hidrovia Paraguai-Paraná é um dos mais extensos e importantes eixos continentais de integração, com 3.442 km entre Cáceres até Buenos Aires, na Argentina. A água é de corrente livre, sem barragens ou obstáculos para a navegação. Em Mato Grosso, o porto está em Cáceres, mas ainda há muitos entraves para que possa atingir seu pleno potencial. Por exemplo, a acesso ferroviário, pelo lado brasileiro, aos terminais da hidrovia é atualmente inativo.
Já o projeto para implantação da Teles Pires-Tapajós, ligando o Norte de Mato Grosso, a partir de Alta Floresta, até os portos no Pará, está em elaboração e incluído Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT). Estudos já foram feitos, mas foram paralisados em 1999, após embargo do Ministério Público. A idéia é retomá-los e dar continuidade a proposta inicial.
Ela começaria em Alta Floresta, no rio Teles Pires, e seguiria por 851 km até a confluência dos rios Tapajós e Amazônas. O custo estimado da obra é de US$ 250 milhões. Desse total, cerca de 60% será usado para contornar três corredeiras, que são os principais obstáculos para a navegação.
O conselho também vai debater investimentos do PAC- Programa de Aceleração do Crescimento -, logística e consórcios rodoviários, entre outros assuntos.
(Só Notícias, 20/09/2007)