A poluição visual não é considerada um problema para Porto Alegre. A constatação é resultado de pesquisa de opinião realizada pelo Instituto Methodus relativa ao uso de outdoors na Capital, encomendada pela Central de Outdoors/Seccional Rio Grande do Sul.
Pelo levantamento, segurança aparece em primeiro lugar entre os maiores problemas da cidade, com 71%, seguido do desemprego (52,5%) e das crianças de rua (51,1%). Poluição visual aparece com apenas 5,2%.
Segundo o diretor da Central de Outdoors/Seccional RS, Dannie Dubin, a pichação também aparece como um das principais preocupações. 'A pichação está em 6º lugar, com 18,2% da preferência. Esse é um problema sério', constatou. A pesquisa, realizada entre os dias 27 e 31 de julho, envolveu mil pessoas.
Para avaliar o tipo de poluição que o entrevistado considera mais grave, os pesquisadores apresentaram cinco itens (poluição do Guaíba, do ar, das ruas, sonora e visual). Neste quesito, poluição visual aparece em 5º lugar, com 31,2% da preferência. Em primeiro está a poluição do Guaíba (78%), seguida da poluição do ar (74,9%) e das ruas (73,2%). Os pesquisadores também apresentaram seis fotos aos entrevistados, de cartazes nos muros, cartazetes, fachada de loja, faixa de rua, outdoor e pichação, para avaliar se a presença desses itens na Capital é pequena, exagerada ou se há um número adequado (os conceitos utilizados foram pouco, um número adequado e muito).
Em relação ao outdoor, foi possível constatar que 57,8% consideram o seu número adequado e apenas 26% consideraram que é demasiado. Mais uma vez, a pichação aparece com uma presença demasiada em Porto Alegre (88,2%), assim como cartazes nos muros (74,1%). Além disso, 87,9% disseram não associar o outdoor à poluição visual.
De acordo com Dannie Dubin, a pesquisa permitirá trabalhar com dados e não com suposições, observando que esse é um tema polêmico. O diretor da Central de Outdoor/ Seccional RS destacou ainda que uma das propostas é encaminhar o estudo para os órgãos públicos, a fim de balizar as discussões sobre o tema. Dubin disse ainda estar satisfeito com o fato de a poluição visual alcançar um índice de apenas 5,2% entre os maiores problemas da cidade de Porto Alegre.
(
Correio do Povo, 21/09/2007)