Hidrelétrica de Pai Querê, prevista para Planalto Serrano, é a única obra de infra-estrutura que está com o cronograma atrasado
O número de obras problemáticas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Santa Catarina diminuiu nos últimos quatro meses em Santa Catarina, segundo levantamento apresentado ontem pelo governo federal. Em abril, duas obras estavam com o andamento comprometido e uma causava preocupação. A única obra que ainda dá dor de cabeça é a hidrelétrica de Pai Querê, programada para o Planalto Serrano. O investimento de R$ 969 milhões depende de emissão de licença prévia do Ibama. O governo espera que seja possível obtê-la até 30 de dezembro. Há cinco anos o empreendimento está no papel.
A linha de transmissão Desterro-Palhoça, que visa a reduzir o risco de desabastecimento de energia na Grande Florianópolis, saiu da relação de empreendimentos que estavam atrasados. A obra, de R$ 33 milhões, que será construída pela Eletrosul teve sua licença de instalação emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) no início de agosto. Também foi autorizado o corte de árvores na região onde vai ser implantada.
As obras do trecho Sul da BR-101 que despertavam atenção do governo federal passaram a estar dentro do cronograma. Os próximos passos são a entrega, até o final do ano, de 80 quilômetros de rodovia restaurada e duplicada; a entrega dos projetos da travessia da Lagoa do Imaruí e do túnel do Morro do Formigão; e a contratação do projeto executivo do túnel do Morro dos Cavalos.
Se os números agradam ao governo, eles não são nada bons para indústria. A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) argumenta que o dinheiro está vindo muito lentamente. Segundo o diretor de relações industriais da entidade empresarial, Henry Quaresma, a liberação das verbas federais previstas para Santa Catarina no orçamento do ano passado ainda engatinham.
O Estado está em 11º no ranking. Cerca de 68,45% dos recursos para a infra-estrutura e os transportes saíram do cofre da União com destino ao catarinense até o final de agosto. “Do orçamento deste ano, 21,67% das verbas tiveram esse fim. E ainda vamos propor a inclusão de mais obras, que consideramos prioritárias, para o PAC, para que estejam no orçamento do ano que vem”, afirma. Em documento divulgado em fevereiro, o Fórum Industrial Sul, que congrega as federações industriais dos três Estados da região, calcula que Santa Catarina é o que precisa de maiores investimentos nas infra-estruturas rodoviária, aquaviária e aeroviária.
Obras como a recuperação da ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, e o acesso rodoviário da BR-101 com ligação direta ao porto de Itajaí, são consideradas estratégicas, apesar de não estarem no PAC. Ao todo, o Fórum acredita que Santa Catarina precisa de obras estimadas em R$ 3,2 bilhões.
(A Notícia, 21/09/2007)