A regulamentação atual do mercado de carbono no mundo não é suficientemente boa para gerar investimentos necessários para inverter a tendência de aumento das emissões poluidoras que provocam o aquecimento global. Essa foi a mensagem do painel "Setor financeiro: o que é necessário para mobilizar capital para a mudança" dentro do seminário Rio +15 Initiative, cujo nome se refere à Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente realizada no Rio em 1992.
"O mercado de carbono está crescendo, mas é diminuto em relação ao outros setores. Se formos ver o que entra no setor é muito menos do que a indústria de petróleo e gás reinveste em combustíveis fósseis. Então, estamos ficando para trás", afirmou o presidente da empresa EcoSecurities, especializada nesse mercado, Bruce Usher. Para ele, "o capital não entra no setor porque é difícil quantificar os riscos" desse tipo de negócio. "Os bancos gostam de risco, mas querem saber qual é o risco", afirmou.
As críticas foram principalmente para a regulamentação dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), que geram os certificados de créditos de carbono. "O MDL é um risco desconhecido. Então, não dá para gerenciar", afirmou. O vice-presidente do Morgan Stanley Imtiaz Ahmad comentou que ainda não há decisão política dos governos sobre o que vai acontecer com o MDL depois de 2012. De acordo com ele, é muito importante ter um marco regulatório de longo prazo, que favoreça projetos com retorno em 15, 20 anos ou até mais.
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Agência Estado, 20/09/2007)