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2007-09-21
O movimento ambientalista sofreu uma mudança de postura nos últimos quinze anos, antes focada no protesto, na denúncia e na rejeição de soluções predatórias, e hoje mais propositiva, com o desenvolvimento de soluções para os problemas ambientais. Neste sentido, a aliança entre cultura e ecologia é muito importante e o engajamento de artistas na causa ambiental ajuda a lhe dar projeção, disse ao GLOBO ONLINE o secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Minc, no dia de encerramento da conferência Rio+15, que reúne autoridades e especialistas de vários países 15 anos após a realização da Rio-92.

- Não há grandes movimentos sem cultura - reforçou Minc, ambientalista atuante há mais de 20 anos. Ele lembrou que desde 1982, ano do primeiro grande protesto antinuclear realizado em Angra dos Reis (RJ), o movimento ecológico conta com a adesão de artistas como Lucélia Santos, Maitê Proença e, mais recentemente, Marcos Palmeira, Cássia Kiss e Christiane Torloni.

Segundo Minc, de lá pra cá a sociedade se conscientizou da importância de questões como lixo, água, esgoto e desertificação, e isto se deve à legitimidade que a causa ganhou depois da Rio-92. Para ele, a mobilização que se viu depois do filme 'A Verdade Inconveniente', do ex-vice-presidente americano Al Gore, veio para ficar.

Realizada em junho de 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento deu uma visibilidade sem precedentes aos temas ambientais ao associar, pela primeira vez, os conceitos de preservação e desenvolvimento. Famosos como o cantor Sting - na época amigo inseparável do cacique Raoni -, e o até então desconhecido senador americano Al Gore, se uniram aos 190 chefes de Estado e governo presentes no evento para discutir propostas para o 'desenvolvimento sustentável'. Hoje em dia, Sting se afastou da luta ecológica e parece mais preocupado em retomar a carreira do Police.

Raoni voltou para reserva

Depois de viajarem juntos pelo mundo, o roqueiro inglês e seu amigo indígena não têm mais contato, contou ao GLOBO ONLINE o filho do cacique, Megaron Txucarramãe. Mas Raoni, que hoje vive na terra indígena Capopojarina, no Mato Grosso, continua viajando, garantiu Megaron, administrador da Funai na cidade mato-grossense de Colider.

No primeiro semestre do ano, Raoni esteve no Japão, a convite do governo do país, para falar sobre a causa indígena. Além disso, criou em Colider um instituto com seu nome dedicado ao uso sustentável dos recursos da região e à fiscalização da terra indígena. A instituição é mantida com recursos dos governos brasileiro e belga, bem como de ONGs estrangeiras.

Apesar de sair dos holofotes, Sting se mantém fiel ao engajamento ambiental. Além de ser membro fundador da ONG 'Rainforest Foundation', uma organização não-governamental de apoio à preservação das florestas tropicais e aos indígenas que vivem ali. Em julho passado, ele participou com sua banda, 'The Police', da etapa americana do megaevento 'Live Earth', concebido por Gore, agora alçado à condição de celebridade ambiental. Mas Sting não mais "figurinha fácil", assim como o cantor pop britânico Peter Gabriel e a banda australiana ambientalista Midnight Oil, que acabou em 2004.

Após ser derrotado por George W. Bush na disputa pela Casa Branca, Al Gore conquistou fama internacional ao alertar o mundo sobre os riscos do aquecimento global com o filme "Uma Verdade Inconveniente". A fita ganhou a simpatia de Hollywood, que a premiou este ano com o Oscar de melhor documentário, e rendeu frutos. Em agosto, o astro Leonardo DiCaprio lançou "The 11th Hour", também dedicado às mudanças climáticas.

"Desenvolvimento sustentável"

Longe dos holofotes, a Eco-92 popularizou o conceito de "desenvolvimento sustentável", termo cunhado pela ex-primeira-ministra norueguesa Gro Brundtland. À frente da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente, ela elaborou, em 1987, o relatório 'Nosso Futuro Comum'. O documento fez um alerta sobre a forma insustentável como o mundo vinha se desenvolvendo e serviu de base para a agenda debatida no Rio.

Brundtland segue engajada nas questões ambientais. Recentemente foi nomeada enviada especial das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas com a missão de auxiliar o secretário-geral da ONU nos esforços para estimular as negociações multilaterais na questão.

Idealizador da Rio-92, o canadense Maurice Strong, foi um pioneiro: como diretor da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), ele organizou a primeira conferência internacional dedicada à questão ambiental, celebrada em 1972, em Estocolmo, que inseriu os temas relacionados ao meio ambiente na agenda política internacional, marcada pela polarização entre os que defendiam o desenvolvimento e os que se colocavam ao lado da preservação.

Considerado até hoje um dos principais expoentes do ambientalismo, Strong trabalha como consultor ambiental e, ironicamente, vive no país mais poluidor do planeta: a China. Ele participa da conferência Rio+15, evento organizado pela empresa privada Ecosecurities, que discute até esta quinta-feira os desafios pós-Eco-92 no combate ao aquecimento global.

(O Globo Online, 20/09/2007)



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