Representantes de nove organizações não-governamentais (ONGs) e da sociedade civil realizaram nesta quinta-feira (20/09) manifestação contra a liberação do milho transgênico no Brasil.
O ato paralisou o segundo dia de reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), responsável por todas as decisões sobre alimentos geneticamente modificados.
Segundo o porta-voz da Campanha Nacional por um Brasil Livre de Transgênicos, Gabriel Fernandes, o maior problema dos alimentos geneticamente modificados é a falta de estudos que comprovem que tais produtos não fazem mal à saúde.
“Se não conhecemos os riscos do milho transgênico, por que vamos consumir? Não podemos confiar e colocar em risco nossas vidas”, afirmou o agrônomo.
A campanha entregou panfletos que alertavam para os riscos que o milho transgênico pode ocasionar. Fernandes disse a bactéria inserida no milho transgênico é resistente a medicamentos como antibióticos. “Um bebê que teve milho modificado na alimentação pode ter resistência a antibióticos.”
Neste ano, a CTNBio liberou dois tipos de milho transgênico para comercialização. A campanha por um Brasil Livre de Transgênicos espera que os membros da comissão rejeitem o pedido de mais uma liberação e voltem atrás nas outras decisões. Segundo o agrônomo, as sementes geneticamente modificadas podem causar danos à agricultura, em geral.
Entre as organizações que promoveram a manifestação estão a Via Campesina, a Comissão Pastoral da Terra, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o Greenpeace, a Associação de Agricultura Orgânica e o Movimento de Mulheres Camponesas.
(Por Felipe Linhares,
Agência Brasil, 20/09/2007)