Porto Alegre (RS) - Nesta sexta-feira (21), vai ser lançada a campanha Povo Guarani, Grande Povo em uma aldeia próxima ao município de Caarapó, no Mato Grosso do Sul. A ação pretende fortalecer a articulação do povo guarani e intensificar a luta pelos seus direitos.
Segundo o vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Roberto Liebgott, é importante chamar a atenção da sociedade para os problemas que os indígenas enfrentam no Brasil, especialmente para a lentidão na demarcação de suas terras. Os Guarani também passam por outras dificuldades, como a falta de estrutura nas aldeias e a precariedade da saúde.
“O povo Guarani é o que mais tem dificuldades no que se refere à demarcação de suas terras. É a maior população indígena do país, são mais de 80 mil indígenas Guarani que enfrentam muitas dificuldades, principalmente em função de que suas terras foram colonizadas, entregues para colonizadores no passado, e hoje, a maioria dos grupos desse povo vivem em pequenas áreas ou em acampamentos de beira de estrada como ocorre no Rio Grande do Sul”, afirma.
A campanha também quer pressionar o governo federal a criar grupos de trabalho para pesquisar e reunir informações para a demarcação das terras indígenas. De acordo com Liebgott, a situação da demarcação está mais crítica no Mato Grosso do Sul e na região Sul do país. No Rio Grande do Sul, existem pelo menos 51 áreas indígena dos povos Guarani e Cainguangue. Das 27 áreas Guarani, apenas cinco foram demarcadas até hoje pelo governo federal.
No lançamento, vão estar presentes entidades e lideranças indígenas de vários estados do Brasil e da América Latina. A campanha foi lançada no Rio Grande do Sul em abril, durante o Segundo Encontro Internacional Sepé Tiaraju e o Povo Guarani, em Porto Alegre. Atualmente, vivem no Estado 1,5 mil Guarani.
(Por Patrícia Benvenuti,
Agencia Chasque, 20/09/2007)