Uma pesquisa realizada com 101 executivos das mil maiores empresas americanas revelou que, apesar de quase todas se precaverem contra riscos de catástrofes, metade deles não está se preparando para os efeitos que as mudanças climáticas podem ter em suas operações.
A pesquisa, realizada pelo Marsh Center for Risk Insights (Centro de Riscos da Marsh), pediu aos executivos que enumerassem os oito riscos mais prováveis em seus negócios, incluindo desastres naturais, ataques terroristas internacionais, aumento dramático do preço do petróleo, mudanças climáticas globais, pandemias, colapso do mercado imobiliário, emergência de saúde humana e riscos ambientais, associados com a nanotecnologia e a falta generalizada de água. A pesquisa foi realizada por telefone e os executivos entrevistados integram as mil maiores empresas americanas, listadas pela revista Fortune.
Dentro desta lista, 58% dos executivos dizem que esperam e estão preparados para desastres naturais, 55% estão antecipando o aumento acelerado do preço do petróleo e 38% já estão preparados para casos de ataques terroristas.
No entanto, somente 12% dos entrevistados afirmaram acreditar que o aquecimento global é “muito provável” de acontecer e 50% indicaram que não consideram isso uma ameaça imediata. Desastres relacionados com a nanotecnologia, pandemias e falta de água generalizada não geram preocupações, segundo a pesquisa.
Apesar das crenças de que calamidades como estas são improváveis, 40% dos executivos pesquisados disseram que, caso ocorressem, mesmo o mais improvável seria catastrófico para os negócios. E, apesar de 41% disserem que uma severa falta de água poderia causar o fechamento total ou parcial dos negócios, apenas 17% têm se preparado.
As razões por detrás deste pensamento, segundo os autores da pesquisa, é a crença entre a maioria dos executivos de que os riscos não seriam pertinentes a sua companhia, seriam muito grandes para serem gerenciados ou custariam muito para serem mitigados. No entanto, 14% afirmaram não enxergar muitas vantagens na mitigação dos riscos e outros 13% responderam que “ninguém nos está mandando agir”.
Mesmo os resultados soando pessimistas, os autores notaram sinais de encorajamento na pesquisa. Apenas 10% dos questionados disseram que tomar alguma ação iria prejudicar os negócios, apenas 5% afirmaram que alguém poderia gerenciar os riscos em seu nome e apenas 4% sentem que estes desastres poderiam nunca acontecer “com ele ou com a própria companhia”.
A Marsh, maior seguradora de corretoras e consultora de estratégias de riscos do mundo, criou o Centro de riscos no início de setembro com o intuito de fornecer informações privilegiadas e aumentar a atenção com relação a riscos globais. O Centro funciona como um guia para os negócios em resposta a mudanças globais.
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CarbonoBrasil, 21/09/2007)