A Organização Mundial de Meteorologia (OMM) pediu hoje aos Governos que levem em conta os prognósticos meteorológicos quando forem tomar suas decisões, o que poderia evitar eventuais catástrofes. "Façamos com que a informação científica e técnica seja levada em conta e aplicada nas decisões políticas", disse hoje o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud.
"Acreditamos que não seja preciso apenas tentar aplacar a mudança climática, mas se adaptar a ela e, sobretudo, preveni-la para poder evitar seus efeitos. Para isso, precisamos de informação científica e que esta seja usada corretamente", acrescentou Jarraud.
O secretário-geral acredita que apesar de existir atualmente muita informação disponível no mundo, esta "ou não se usa ou não é usada de uma maneira adequada". "Em 90% dos eventos climatológicos são feitas previsões e lançados alarmes, mas nem sempre isso é levado em conta", disse. Por isso, Jarraud acha necessário fazer uma chamada para que os Governos levem mais em conta a informação meteorológica disponível, dado que corresponde a todos os setores.
A segurança alimentar é um destes setores afetados pela mudança climática: "A agricultura está diretamente relacionada com o clima, é essencial que os camponeses sejam alertados, para que possam adaptar suas colheitas às mudanças previstas", acrescentou. Além disso, o diretor-geral assinalou a saúde como um dos eixos da sobrevivência humana diretamente afetados.
"As grandes doenças infecciosas aparecem quando há inundações", afirmou. Jarraud assinalou ainda a necessidade de levar em conta a vulnerabilidade do clima na realização de obras de infra-estrutura. "Nos diques e algumas ilhas da Holanda já estão sendo construídas proteções para evitar a erosão de suas costas, além do aumento do nível do mar", comentou.
Por tudo isso, Jarraud pediu um esforço aos Governos para que aumentem em seus orçamentos a verba dedicada à prevenção meteorológica. O diretor-geral afirmou que a despesa mundial gerada pelos desastres naturais ultrapassa os US$ 50 bilhões por ano. "Temos certeza que um investimento de US$ 1 milhão na prevenção tem como resultado direto uma economia de US$ 10 milhões".
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Efe, 20/09/2007)