A Bolívia não ficará calada se as duas hidrelétricas brasileiras do Rio Madeira, na fronteira, prejudicarem o ecossistema boliviano, afirmou no domingo (16) o chanceler David Choquehuanca. "Eles (brasileiros) são soberanos para qualquer empreendimento, mas se isso afetar os bolivianos não podemos ficar calados, ele precisam saber disso", afirmou Choquehuanca.
O Brasil pretende construir duas usinas, Santo Antonio (3.150 MW) e Jirau (3. 300 MW), que geraram críticas na Bolívia por possíveis impactos ambientais na região. Choquehuanca informou que, em agosto, equipes técnicas dos dois países se reuniram em Brasília para analisar os aspectos técnicos ambientais das duas obras, e a Bolívia fez suas ressalvas. "Apresentamos nossas dúvidas, enviamos nossas perguntas e agora estamos esperando a resposta", afirmou o chanceler.
Segundo a Bolívia, as obras terão muito impacto para o Meio Ambiente, como "perda de vegetação, erosão de solos, deslizamentos de terras, inundações, extinção de espécies aquáticas e aumento das doenças tropicais".
As duas represas ficarão na fronteira com a Bolívia, no Rio Madeira, que nasce da confluência dos rios Beni e Mamoré. As represas produziriam energia a custo baixo e teriam capacidade de 4.051 megawatts/hora. O Brasil investirá no projeto cerca de US$ 10 bilhões.
(Ambiente Brasil / CarbonoBrasil /
Amazonia.org, 18/09/2007)