ONG catarinense propõe plantio de árvores nativas para conter aquecimento global
mata atlântica
captura de carbono
2007-09-20
Pensando em iniciativas práticas para amenizar os efeitos do aquecimento global, aliadas à educação voltada para o meio ambiente, a Apremavi (Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí), ONG de Santa Catarina com 20 anos de atuação, desenvolveu um programa voltado para a adoção e a implantação de plantios de árvores nativas. A idéia leva o nome de “Clima Legal”.
A intenção do programa é seqüestrar o carbono da atmosfera através do plantio de árvores no estado de SC – fato que acaba gerando conseqüências benéficas para o planeta, de modo geral. Além disso, a ação promove atividades de educação ambiental. “É uma estratégia para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica”, ressalta a secretária-executiva da ONG, Maria Luiza Schmitt Francisco.
O público-alvo corresponde a pessoas e empresas interessadas em contribuir para a construção de um planeta mais verde e para a diminuição do efeito estufa. “A melhor forma de seqüestrar o carbono da atmosfera e amenizar os efeitos do aquecimento global é o plantio de árvores nativas”, explica Maria Luiza, justificando a opção por tal estratégia. O programa foi lançado em julho, mês de aniversário da Apremavi, e possui até agora 20 pessoas e uma empresa como colaboradores.
Ser ambientalmente responsável, neste caso, não sai barato. Quem decide colaborar com o programa tem de abrir o bolso. É possível escolher “modalidades de plantio”. Elas representam valores que variam de R$ 50 a R$ 25 mil para pessoa física e R$ 5 mil a R$ 250 mil para pessoas jurídicas. Cada quantia equivale a um número de árvores plantadas, divididas nas categorias jardim, bosque, floresta, ecossistema, bioma e biosfera. O interessado banca, e a Apremavi executa o serviço. Uma pessoa que colabora com R$ 500, por exemplo, está garantindo o plantio de 100 mudas. O valor mais alto a ser pago por empresas (R$ 250 mil) equivale ao plantio de 50 mil árvores.
Para motivar o interesse e a adesão de cidadãos e empresários, o programa oferece benefícios que variam de acordo com a modalidade de plantio escolhida. Dependendo do número de árvores adotadas, os participantes têm nome (da pessoa ou da empresa) divulgados no site da ONG, ganham o direito de usar a marca do Programa Clima Legal e dispõem de uma palestra sobre o clima e a Mata Atlântica. Para as empresas são desenvolvidas atividades de educação ambiental com os funcionários.
O destino das mudas pode ser uma área pertencente ao próprio colaborador ou também áreas de instituições e/ou pessoas que recebem as árvores como doação. “A maioria dessas mudas [as que foram “adotadas”] já foi plantada. Nós fazemos conforme a pessoa quer, inclusive, tem mudas de algumas pessoas que aderiram [ao programa] que foram doadas para escolas, por exemplo. Mas o grande diferencial da Apremavi é que mostramos resultado nessas ações, ou seja, realmente plantamos a muda, não fizemos somente marketing em cima de um programa e isso nos deixa muito satisfeitos”, garante Maria Luiza.
(Por Débora Cruz, Ambiente JÁ, 20/09/2007)