Há uma escassez de líderes capazes de compreender a importância da sustentabilidade no Brasil. O diagnóstico enfático foi feito por Ricardo Young, do Instituto Ethos, na abertura dos Diálogos Capitais - Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental. O evento, promovido por CartaCapital, reúne nesta segunda-feira pensadores, empresários e representantes do governo para debater a questão.
Young não vê como se possa nos dias atuais a indústria automobilística comemorar uma década de crescimento de vendas, quando na China se debate o papel da bicicleta no transporte.
Os veículos representam uma das principais fontes de poluição no planeta. Em cidades como São Paulo, na qual a velocidade média fica em torno de 18 km/h, isso é ainda mais drástico em razão dos congestionamentos.
Sabe-se que os motores liberam maior quantidade de substâncias tóxicas nessa condição de trânsito ruim. “Não vemos um anúncio de automóvel discutindo isso.” A questão passa por uma mudança de hábitos e de mentalidade entre os consumidores, mas também na indústria.
É necessário, de acordo com Young, sair da atitude setorial e passar a um pensamento intersetorial. O que na prática significa deixar de pensar em si mesmo e lançar olhares para a comunidade.
(Por Jobson Lemos Batista, Carta Capital, 18/09/2007)