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desmatamento
2007-09-20

Há pouco mais de um mês, os agentes de fiscalização atingiram cerca de metade dos polí­gonos de desmatamento indicados este ano pelo projeto Detecção de Desmatamento em tempo Real (Deter).  São áreas desmatadas nos municí­pios de Novo Progresso, Altamira e Itaituba que variam de 30 a 1100 hectares.  As multam aplicadas já somam R$ 5,7 milhões.  Também foram embargados mais de 3,8 mil hectares de áreas rurais.

A operação, coordenada pela Divisão de Controle e Fiscalização da Gerência Executiva do Ibama em Santarém, se mantém permanentemente na região e conta com a participação de 36 servidores do Ibama e das instituições parceiras: Polí­cia Militar do Pará e Exército Brasileiro.

O principal alvo da equipe de fiscalização são os grandes desmatamentos causados pela extração ilegal de madeira, pelo corte raso para a pecuá­ria e pelas queimadas.

Em apenas uma área foi constatado um desmatamento de 1100 hectares.  Os fiscais realizaram a medição da área com a ajuda do helicóptero.  O responsá­vel pela área foi multado em R$ 1,65 milhão.  Segundo a coordenadora de campo da operação, Gracicleide Braga, a presença do Ibama na região é importante para o controle do avanço do desmatamento.  'Com o iní­cio dos trabalhos da Base Operativa de Novo Progresso, houve uma parada na degradação local'.  Ela observa que a operação foi elogiada por representantes dos setores da economia local que cobram maior presença do Estado na região.

Diariamente, os fiscais planejam rotas por terra e por ar orientados pelos sistemas de captação de imagens por saté­lite Deter e Prodes - Projeto Monitoramento do Desmatamento na Amazô­nia Legal.  Esses dados dão uma dimensão das áreas alteradas e dos possí­veis acessos.

Para chegar às áreas desmatadas, percorrem diariamente em mé­dia mais de duzentos quilô­metros por terra e setecentos por ar.  A utilização da aeronave possibilita a abordagem em áreas de difí­cil acesso.  Durante o sobrevôo, quando um desmatamento ou uma queimada é detectado, a equipe procura a sede da fazenda mais pró­xima para autuar o responsá­vel pela área.

A caminho da devastação praticada pela motosserra é comum a equipe de fiscalização se deparar com outros ilí­citos ambientais como transporte, comércio, armazenamento, de produtos e sub-produtos florestais não autorizados.  Denúncias também recebem prioridade de atendimento.  Também são realizadas barreiras mó­veis e fixas em ramais da região.

Os municí­pios de Novo Progresso, Altamira e Itaituba são considerados pelo Ibama como prioritá­rios nas ações de fiscalização do desmatamento.  Eles aparecem no ranking dos que mais desmataram no Pará, em 2006, em 7º, 13º e 14º, respectivamente.

Dados do Deter apontam uma redução de 4,48% do desflorestamento no estado, entre agosto de 2005 e julho de 2006.  A taxa nacional sofreu queda de 25% no mesmo período.  Segundo anunciado pelo Governo Federal no iní­cio deste mês, Isso representa menos meio bilhão de metros cú­bicos gás carbô­nico na atmosfera, um dos fatores agravantes do aquecimento global - e a preservação de 600 milhões de árvores, de 20 mil aves e 700 mil primatas.

Além da Operação Varredura, realizada pela base operativa do Ibama em Novo Progresso, há em andamento outras quatro operações coordenadas pela Divisão de Controle e Fiscalização da Gerência Executiva do Ibama em Santarém que abrange 27 municí­pios do Pará, mais da metade de todo o estado.

As bases operativas são estraté­gias utilizadas pelo Plano de ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazô­nia Brasileira (PPCDAM) desenvolvido há três anos por treze ministé­rios por meio de ações integradas de ordenamento territorial e fundiá­rio, monitoramento e controle, fomento a atividades produtivas, sustentá­veis e infra-estrutura, envolvendo parcerias entre órgãos federais, governos estaduais, prefeituras, entidades de sociedade civil e setor privado.

(O Liberal, 18/09/2007)


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