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silvicultura aracruz/vcp/fibria
2007-09-20
Muito além de purificar o ar, ao fixar a poeira que a chuva conduz ao chão, e proporcionar sombra e conforto térmico aos humanos e animais silvestres, as árvores são responsáveis por reduzir a velocidade do vento, conservar a umidade do solo e do ar e manter os recursos hídricos. Todas elas são capazes disso, mas para garantir abrigo e alimento à fauna, equilíbrio às cadeias alimentares e a diminuição de pragas, cada região precisa da presença de um número mínimo de plantas nativas. Caso contrário, o caminho é a degradação do ambiente.

Com sistema de gestão ambiental e uma série de objetivos em busca da preservação dos recursos naturais, desde vegetação ao solo e água, a Votorantim Celulose e Papel (VCP) deseja, nos próximos anos, recuperar 60% das áreas compradas pelo grupo, num total de 140 mil hectares. Estudos preliminares revelaram que 90% das regiões até agora analisadas estão em estado de degeneração e precisam de interferência para que sejam recuperadas as características primitivas. A empresa calcula que serão investidos, a partir de 2008, cerca de R$ 3 milhões ao ano na recuperação das áreas nativas.

Divisão do plantio
A Votorantim Celulose e Papel (VCP) possui licença para plantar cem mil hectares de eucalipto no Estado, o que representa 40% das terras. Os outros 60% das propriedades serão destinados para áreas de conservação, no total de 140 mil hectares. Destes, 20% serão destinados a reservas legais e permanentes (proteção de nascentes, de beiras de rio e de animais silvestres). O restante das terras será submetido a estudos para definir qual a forma de intervenção que cada área exigirá.

As alternativas
De acordo com o supervisor florestal da VCP, Clarimundo Röhrig, existem várias maneiras de fazer essa recuperação. No entanto, quando o solo comportou diversos tipos de cultivo ou há forte presença de erosão, a saída é reflorestar. “É considerada a última alternativa. Então temos feito o levantamento da flora na região e estudos sobre os tipos de áreas a receberem os investimentos”, afirma.

Em locais menos degradados, Röhrig explica que é possível apenas isolar a área, pois certos tipos de vegetação conseguem se regenerar naturalmente. Outra alternativa é criar puleiros artificiais para atrair pássaros, que se encarregam de trazer as sementes. Também é viável implantar a leiva do solo florestal (quadrados de terra, como em plantação de gramíneas), que possui um banco de sementes presentes capaz de criar uma nova mata.

As análises
Feitas em locais que não tiveram interferência de reflorestamento ou em campos em que o gado tenha sido mantido e não houve cultivo de grãos - indicam até agora a presença de cerca de 60 espécies de árvores nativas. O supervisor florestal acredita que esse número chegará a mais de cem.

Iniciativa é pioneira no segmento
Presente também em outros três estados brasileiros (São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul), a empresa optou por investir em um projeto social no Rio Grande do Sul: a criação de mudas em pequenos viveiros já existentes na região com geração de emprego e renda local. A iniciativa é pioneira por garantir a compra de toda a produção, além de capacitar e oferecer subsídios durante o plantio.

Atualmente são seis viveiros (com cerca de meio hectare cada) espalhados na área de empreendimento da empresa nos municípios de Piratini, Capão do Leão, Pinheiro Machado, Turuçu e dois em Pelotas. O projeto está em fase inicial. Os produtores, que cultivavam principalmente citrus, agora estão em processo de qualificação. Outros 15 demonstram interesse em participar do projeto e passam por estruturação.

“Nos outros estados as mudas de espécies nativas são produzidas pelos próprios viveiros da VCP. Mas acreditamos que também deverão migrar para o modelo e concepção adotada no Rio Grande do Sul”, explicou o gerente de Desenvolvimento Florestal e Ambiental, Fausto Camargo.

Atualmente são produzidas mudas de quase 20 espécies, denominadas pioneiras. Em média são 20 mil mudas produzidas por viveiro. O objetivo é garantir o crescimento de dez mil a cada ano. Em 2006, a VCP plantou cerca de 120 mil mudas nativas em áreas próprias. Este ano, a empresa deve atingir 50 mil exemplares. Além disso, foram doadas até agora cerca de 70 mil mudas para escolas e prefeituras. A previsão para o próximo ano é de que cem mil sejam plantadas em recuperação de áreas e o mesmo número seja destinado para doação.

O exemplo de produção almejada
Ao completar 14 anos de trabalho com plantas, o proprietário do viveiro em Piratini, Aldenir Oliveira dos Santos, de 36 anos, é considerado hoje pela VCP o responsável pela produção mais próxima da almejada pela empresa. Com capacidade para plantar 50 mil mudas ao ano, o espaço fica no centro da cidade - bem diferente daqueles nos outros municípios, localizados em pequenos sítios.

Depois de ser floricultor, supervisor de herbicida e agora professor da rede municipal, Santos é responsável por coletar as sementes, fazer o beneficiamento (em algumas espécies chega a demorar meses), comprar o material (tubetes), plantar e cuidar das pequenas plantas até que estejam em condições de serem transplantadas definitivamente.

Ao olhar o viveiro repleto de mudas, ele conta orgulhoso que nenhuma parte do procedimento leva aplicação de produtos químicos. “Fico gratificado em saber que além do emprego que a VCP garantiu, existe a preocupação com as questões ambientais. E que tenho um dedinho de contribuição na preservação ambiental do nosso Estado”, afirma.

O produtor aguarda para a próxima semana a entrega de mais 20 mil tubetes para aumentar a produção. A VCP paga R$ 1,00 por muda e já encomendou 50 mil mudas de Santos para 2008. Nesse ano, foram 30 mil exemplares contra 11 mil em 2006. “Uni o útil ao agradável. Investi em material e tive um retorno rápido. Agora quero expandir o negócio e criar um espaço na Internet para comercialização.”

As protagonistas
As árvores nativas plantadas até o momento são: araçá, pitangueira, aroeira-vermelha, aroeira-cinza, aroeira-mole (anacauita), chal-chal, vassoura-vermelha, fumo-bravo, salso, chá-de-bugre, capororoca, tarumã, tarumã-de-espinho, carne-de-vaca, guamirim, guabiju, açoita-cavalo, murta.

* Como espécies secundárias foram identificadas a figueira e a corticeira, que não são árvores nativas mas foram incluídas no projeto por estarem ameaçadas de extinção

Recursos naturais são preservados
Para garantir a preservação dos recursos naturais da região, além da preservação do solo e das matas nativas, a Votorantim Celulose e Papel (VCP) capta toda a chuva e reutiliza todo o consumo para evitar a retirada da água de rios, afluentes ou poços artesianos. Criado e executado pela Ecocell - Projetos e Consultoria Ambiental, o sistema é único no País em termos de concepção pelo modelo de circuito fechado e tratamento totalmente natural.

Nos 27 hectares de viveiro de eucaliptos, em Capão do Leão, a produção atual de mudas está em cerca de quatro milhões. A estimativa é chegar aos dez milhões de exemplares por ano. Toda água destinada à irrigação é reutilizada depois de ser tratada, para evitar contaminação com fungos presentes na terra que possam prejudicar as mudas.

“Como a quantidade de água utilizada é grande, com o sistema de reuso, deixamos de retirar os recursos do meio ambiente e também de soltar um efluente”, afirmou o gerente de Desenvolvimento Florestal e Ambiental da VCP, Fausto Camargo. “Por mais que se trate, sempre podem ficar restos de nutriente na água, como nitrogênio, fósforo e potássio, além de resíduos de solo.”

O sistema conta com barragem (tipo açude), estação de tratamento de água, lagoas de amortecimento e dois banhados construídos com vegetação aquática emergente. Todo o substrato das plantas e folhas de eucalipto, além de fertilizantes, forma o efluente do viveiro, que é tratado de forma natural, sem adição de produtos químicos. “As plantas aquáticas retêm os nutrientes, solos e todo material orgânico que possa estar presente”, explicou o químico Wagner Gerber, sócio-gerente da Ecocell. “No processo, cerca de 20% da água é perdida por infiltração ou evaporação, mas é compensada pela captação da chuva que cai sobre os telhados e no chão em cerca de dois terços dos 180 hectares da área.”

Depois de tratada, a água utilizada no viveiro retorna para a barragem, de onde é encaminhada novamente à estação de tratamento, que utiliza apenas produtos naturais à base de tanino, e mais uma vez à irrigação das mudas no viveiro e o ciclo recomeça. A cada ano os tanques são limpos e as plantas trocadas. Todos os resíduos são transformados em adubo, que é utilizado na produção de plantas nativas. “É um substrato extremamente fértil, puramente orgânico e mineral, sem a presença de aditivos químicos, que pode ser utilizado também na horta e no jardim que estamos para construir na VCP”, afirmou Camargo. “Assim garantimos que 100% do que é produzido ou destinado ao viveiro seja reutilizado. Nada volta ao ambiente como poluição.” Todo o sistema de esgoto da empresa também é tratado. A água é reaproveitada para irrigação em paisagismo.

(Diário Popular, 20/09/2007)



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