Porto Alegre - O Rio Grande do Sul tem um déficit de R$ 15 bilhões em investimentos em saneamento. A afirmação foi do secretário adjunto Estadual de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano, Luiz Zaffalon, na audiência realizada na manhã de ontem pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, na Assembléia Legislativa. Conforme o secretário, o recurso de R$ 1,6 bilhão que o governo federal vai disponibilizar ao Estado nos próximos quatro anos através de fundo perdido e de recursos financiados do Plano de Aceleração de Crescimento (PAC) será um sinal positivo, mesmo estando longe de resolver o problema.
O secretário explicou que o Plano Estadual de Saneamento, que será lançado em 2011, é um manual de instrução de como utilizar os recursos hídricos e tratar o saneamento básico. Também acrescentou que o Plano de Saneamento das Bacias Hidrográficas servirá para a elaboração dos planos municipais. Conforme Zaffalon, sua secretaria trabalha em quatro eixos: água potável, esgotamento sanitário e instalação de poços e de redes. “O Plano Estadual de Saneamento vai executar projetos para habilitar as prefeituras às linhas de créditos, além de elaborar projetos para resolver os problemas provocados pelos resíduos sólidos e de drenagem urbana.”
COMUSA O diretor-presidente da Corsan, Mário Freitas, disse que a companhia vai investir mais de R$ 1 bilhão, nos próximos quatro anos, sendo que R$ 500 milhões serão aplicados em esgotamento sanitário e os outros R$ 500 milhões no sistema de abastecimento de água. Segundo ele, esses recursos têm como fonte o PAC, por meio do Orçamento Geral da União; Caixa Econômica Federal (CEF), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a própria Corsan. Conforme ele, os investimentos deverão atingir municípios atendidos pela Corsan, respeitando os critérios estabelecidos pelo PAC, como cidades com mais de 150 mil habitantes, Região Metropolitana e Bacias dos Rios Sinos e Gravataí. O diretor presidente da Companhia Municipal de Saneamento de Novo Hamburgo (Comusa), Renato Pilger, destacou os projetos sobre a consientização das crianças na importância da preservação da água. Conforme Pilger, a companhia paga R$ 4 milhões por ano em impostos. “Se esse valor retornasse, poderia ser investido em tratamento da água e saneamento nos municípios, além de projetos sociais”, afirmou.
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Jornal NH, 20/09/2007)