Os transportes representam já um quarto das emissões de dióxido de carbono em Portugal, aproximando-se da produção de energia eléctrica, informou a associação ambientalista Quercus, que hoje distribui aos automobilistas lisboetas um «redutor de dióxido de carbono». Os números foram avançados pelo presidente da Quercus, Hélder Spínola, que adiantou ainda à Lusa que a Avenida da Liberdade, em Lisboa, ultrapassou em Março o limite anual de dias com valores excessivos de partículas inaláveis.
Citando dados disponíveis no site do Instituto do Ambiente, o responsável explicou que o valor máximo de partículas inaláveis permitido por lei (50 microgramas por metro cúbico) só pode ser excedido 35 dias por ano, mas esse limite foi ultrapassado na Avenida da Liberdade ao fim dos primeiros três meses de 2007.
Este ano representa uma melhoria relativamente a 2006, quando os 35 dias foram ultrapassados no final de Fevereiro, mas ainda assim Hélder Spínola considerou preocupante que, «mais uma vez, este local não vá cumprir as metas estabelecidas por lei, com consequências para a saúde pública».
Segundo explicou, as partículas inaláveis têm um impacto na mortalidade e morbilidade, sendo associadas a mais de 3.500 mortes prematuras anuais e a uma redução de dois a três meses na esperança média de vida. O responsável apelou às autoridades que apliquem os planos de acção já existentes para Lisboa e Porto mas nunca implementados.
As declarações de Hélder Spínola surgem a propósito da distribuição, hoje em Lisboa, de um «redutor de dióxido de carbono», um documento que permite aos portugueses saber quanto podem poupar na emissão de gases poluentes se utilizarem mais os transportes públicos.
A iniciativa, inserida na Semana Europeia da Mobilidade, que termina domingo, decorre entre as 08:00 e as 10:30, na Praça dos Restauradores, onde será instalado um «redutor de dióxido de carbono» de grandes dimensões. Durante a acção de sensibilização para o uso de transportes colectivos, a Quercus propõe-se a divulgar mais alguns dados sobre a qualidade do ar e as suas consequências para a saúde.
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Portugal Diário, 20/09/2007)