Se a página inicial do Google tivesse fundo preto em vez de branco, um monitor CRT (de tubo) gastaria apenas 59 watts para exibi-la, em vez dos 74 watts consumidos atualmente. A conta vem sendo divulgada por Mark Ontkush, blogueiro (ecoiron.blogspot.com) e engajado em projetos ecológicos envolvendo informática e criador do Blackle, a versão negra do superbuscador.
Desde janeiro, ele encabeça uma campanha polêmica: defende que as páginas de internet abandonem o branco e utilizem o preto como cor de fundo para poupar energia. Segundo ele, como o Google recebe 200 milhões de visitas diárias e estimando que cada consulta leve dez segundos, o site passa 550 mil horas por dia sendo exibido em computadores por todo o mundo. A troca de cor pouparia 8,3 Megawatt/hora por dia.
Como base para seus cálculos, ele utilizou o consumo de um monitor CRT, do tipo tubo, que representariam 25% dos monitores em uso atualmente. No caso de monitores LCD, a história é outra, argumentam oponentes como Pablo Päster, engenheiro de sustentabilidade e colaborador do blog www.triplepundit.com. De acordo com ele, páginas negras em LCDs não fazem sentido. Também não economizam energia nos servidores dos sites nem nos desktops e notebooks, que são outros grandes gastadores.
O uso de fundo preto poderia até aumentar o gasto energético em cerca de 1 watt. Isso porque, de acordo com a tecnologia desses equipamentos, exibir a cor preta significa bloquear emissões de luz, atividade que aumentaria o dispêndio. Ontkush argumenta, no entanto, que essa conta depende do tamanho do monitor LCD. Em alguns casos, a economia poderia ser de 4 watts.
(Por Mariana Barros,
Folha de S.Paulo, 19/09/2007)