Primeiro grande empreendimento na região a adotar o gás natural, o Hospital Mãe de Deus promete acabar, a partir do dia 27 de setembro, com um problema que importuna muitos moradores: a fumaça negra que sai de sua chaminé. No início do mês, leitores voltaram a entrar em contato com o ZH Menino Deus para reclamar dos resíduos que o hospital expele no ar. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) também recebeu denúncias e realizou uma vistoria no local.
A adoção do gás natural para gerar calor em todos os setores do hospital foi possível devido à conclusão de um ramal construído pela Sulgás desde o anel principal que passa na Avenida Ipiranga. A obra foi concluída no ano passado, mas a demora na obtenção de licenças atrasou a utilização da nova matriz energética no Mãe de Deus, segundo o gerente de Recursos Físicos da instituição, Nestor Zimmermann.
Antes disso, em 11 de outubro, foram desligados os antigos queimadores, movidos a óleo BPF, combustível mais poluente e responsável pela fumaça negra, segundo Zimmermann. O início da operação das caldeiras com gás natural está marcado para o dia 27 de setembro. Foram investidos R$ 250 mil com reforma das caldeiras, instalação de dois novos queimadores e de um sistema de tubulação especial adequado a receber o novo combustível.
Fumaça causa transtornos a moradores do bairroRegistrada em duas ocasiões no ano passado pelo ZH Menino Deus, a fumaça preta da chaminé do hospital causa transtornos a quem reside na região, o que voltou a ocorrer nos primeiros dias de setembro. Segundo Neusa Marques a fuligem invade o seu apartamento e preocupa devido à qualidade do ar.
- O chão, a roupa de cama ficam cobertas com essa fuligem. Isso ocorre quase todas as semanas - reclama ela.
Na época da publicação das duas reportagens, em maio e julho de 2006, a direção do Mãe de Deus afirmou que estava fazendo obras para solução do problema. Além de Neusa, a leitora Cleusa Perez (relato ao lado) se queixou da fumaça negra. Moradora da Rua Uruguaiana, ela conta que, no dia 3 de setembro, uma nuvem negra podia ser vista no bairro. Segundo a assessoria de imprensa da Smam, foi feita uma vistoria na segunda semana de setembro, motivada por reclamações de moradores. Na ocasião, não havia fumaça saindo da chaminé.
(
Zero Hora, 20/09/2007)