A Camargo Corrêa trabalha para entrar como sócia de uma das estatais controladas pela Eletrobrás no leilão para construção da Usina de Santo Antonio, no Rio Madeira, previsto inicialmente pra acontecer no fim de outubro. Devemos entrar com alguma das estatais do bloco Eletrobrás que fizeram chamadas e nós já mostramos ter interesse em participar, diz.
A empresa mantém a intenção de disputar a construção da hidrelétrica, apesar da liminar que cancelou os efeitos da da decisão da Secretaria de Defesa Econômico do Ministério da Justiça, que liberava as empresas fornecedoras a trabalhar com qualquer consórcio inscrito na disputa.
A liminar determina o cumprimento do contrato que condiciona a participação de determinados fornecedores à associação com a Construtora Norberto Odebrecht. O diretor-executivo da Camargo Corrêa, José Ayres de Campos, confirmouque a empresa trabalha há vários meses para disputar a construção da usina, mas ressalta que a decisão judicial em vigor cria um desequilíbrio.
Estamos preparados para o leilão. Evidentemente que isso (a liminar) impõe um desequilíbrio, mas nosso emprenho em participar é grande, disse Ayres de Campos.O executivo lembrou que há poucos fornecedores de turbinas e geradores de hidrelétricas no mundo e que a liminar, caso se mantenha em vigor, pode trazer para a Camargo Corrêa um risco de fazer um orçamento com base em preços que não se confirmem no futuro.
A Camargo Corrêa também acredita que será difícil manter a data do leilão em outubro, já que até o momento a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não publicou o edital da concorrência. Segundo Ayres de Campos, o prazo legal que deve existir entre o lançamento do edital e a data do leilão já implica no adiamento da concorrência.
O diretor evitou dizer que medidas jurídicas a empresa pode vir a tomar para neutralizar os efeitos da liminar, mas revelouque conversou com as controladas da Eletrobrás interessadas em participar da concorrência. Para entrar no leilão a Camargo Corrêa criou a Amazônia Energética do Madeira (Amel).
(Por Rafael Rosas, Valor Online, 19/08/2007)