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MDL emissões de gases-estufa
2007-09-20

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, durante seminário esta semana, que está procedendo à seleção dos gestores para os dois primeiros fundos-piloto de investimento criados no país para apoio específico a projetos dentro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

Os fundos apoiarão projetos em vários segmentos, como aterros sanitários, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), biomassa, co-geração, eficiência energética, transporte alternativo. A expectativa é que eles comecem a funcionar até o final do ano, dissenesta terça-feira (18/09) à Agência Brasil o gerente de Fundos do Departamento de Mercado de Capitais do BNDES, Otávio Lobão Vianna. O orçamento do banco para esses fundos totaliza R$ 200 milhões.

O Programa BNDES de Desenvolvimento Limpo foi lançado pela instituição em junho e se destina a selecionar gestores de fundos de investimento. “Serão fundos de investimento voltados para apoiar projetos que possam gerar os créditos de carbono dentro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, que é o mecanismo de flexibilização do Protocolo de Quioto”, informou Vianna.

O MDL visa a auxiliar o processo de redução de emissões de gases poluentes, considerados agravadores do efeito estufa na atmosfera (aquecimento global). Permite a redução das emissões por meio do uso de créditos que podem ser comercializados no mercado de comércio de carbono. O mecanismo incentiva empresas de países industrializados a investir em projetos de redução de emissões em nações em desenvolvimento. Os países ricos podem abater o resultado alcançado de sua meta de redução de emissões estabelecida pelo Protocolo de Quioto.

Otávio Lobão Vianna disse que, uma vez selecionados, os gestores se encarregarão de estruturar os fundos de investimento em participação, que terão o BNDES como cotista ou sócio. O banco poderá participar com até 40% das cotas. Os restantes 60% serão de outros investidores que também irão aportar recursos nesses fundos.

No momento do registro do fundo na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda que regulamenta o mercado de capitais no Brasil, será explicitado qual vai ser o seu patrimônio. “Aí o BNDES vai aportar até 40% das cotas”, diz Vianna. Ele comenta que o banco pode, em certos casos, aportar um percentual menor, para dar espaço para outros investidores.

O gerente do BNDES avalia que o processo de seleção de gestores será concluído até o fim do mês. Segundo ele, as propostas da iniciativa privada para criação de fundos de investimento em MDL superaram a expectativa. Dentre as propostas apresentadas, três incluíam mais de 20 projetos por fundo, destacou. “É um sinal de que existe muito projeto de MDL por aí”, avalia.


(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 19/09/2007)  


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