O pagamento de serviços ambientais às comunidades que vivem na Amazônia por preservarem a região foi uma das propostas debatidas nesta quarta-feira (19/09), segundo dia da Conferência dos Povos das Florestas.
O representante do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Adilson Vieira, afirmou que é preciso universalizar o pagamento de serviços ambientais aos povos da floresta. Ele citou como exemplo o Programa Bolsa-Floresta, pelo governo estadual. “O pagamento por serviços ambientais deve ser uma política para todos os estados”.
O coordenador de Mudanças Climáticas do Instituto de Pesquisa Ambiental, Paulo Boutinho, também disse que essas comunidades precisam ser recompensadas por proteger a floresta.
“A gente tem que quebrar a relação perversa entre floresta e infra-estrutura, floresta e aumento de demanda de por commodities e criar um sistema em que a floresta mantida em pé possa trazer tanta renda quanto outros usos da terra.”
Para o governado do Amazonas, Eduardo Braga, o que motiva a destruição da floresta com desmatamento e queimadas é a pobreza da população. “Não basta criar unidades de conservação. É preciso dar sustentabilidade, viabilidade econômica, social e tecnológica [às comunidades]. A floresta deixa de ser um empecilho para o desenvolvimento para ser uma alavanca de sustentabilidade do desenvolvimento”.
Braga sugeriu que o total de 1 milhão de hectares degradados até 1990 poderiam ser usados para a produção de biocombustível. “O que não é admissível é a plantação em novas áreas”. Ele defendeu também o investimento em pesquisa tecnológica, como forma de vencer o desafio do desenvolvimento socioeconômico-ambiental.
(Por Kelly Oliveira, Agência Brasil, 19/09/2007)