A moagem de cana para a safra de 2007/2008, que corresponde ao período de abril a agosto na região Centro-Sul, aumentou 17% em agosto, na comparação com a safra do ano passado: foram 67,05 milhões de toneladas contra 57,32 milhões de toneladas no mesmo período de 2006. Já a produção de álcool combustível cresceu 17,5% em relação a agosto do ano passado, com 3 bilhões de litros contra 2,7 bilhões de litros.
Balanço mensal da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), divulgado hoje (19), aponta que no acumulado da safra o crescimento foi de 6,5% e que a estimativa para a atual safra é de moagem superior a 410 milhões de toneladas.
O diretor técnico da Única, Antonio de Pádua Rodrigues, informou que a produtividade da cana colhida no mês de agosto foi 5% maior que a do mesmo período em 2006, o que fez a entidade rever suas previsões de queda de 2% na produção da safra 2007/2008. "Isso foi conseqüência das chuvas que ocorreram nos meses de janeiro e fevereiro", explicou.
A produção do açúcar em agosto foi quase igual à da safra anterior, com queda de 0,1%. No acumulado do período, a produção do açúcar foi de –8,8%, com queda de 16,9 milhões de toneladas para 15,4% milhões de toneladas. Já a produção de álcool subiu 12,6%, passando de 10 bilhões para 11,3% bilhões de litros.
Na atual safra, as vendas para o mercado interno aumentaram 30,5% e chegaram a R$ 6,2 bilhões. O preço do álcool combustível caiu de R$ 0,82 o litro em agosto do ano passado para R$ 0,58 neste ano. No acumulado da safra houve queda de 29,5%, de R$ 0,89 para R$ 0,67 o litro.
“O mercado interno tende a se manter pelo menos por mais algum período nesse patamar de preço, uma vez que a oferta mensal de produto é o dobro da demanda em cada mês”, informa o balanço da Única, acrescentando que a queda dos preços tem incrementado o mercado interno para o álcool e possibilitado a concorrência com a gasolina em 97,6% do mercado nacional, com paridade de preços inferior a 65%.
As exportações registraram aumento de 14% ante o mesmo período do ano passado, mas segundo a Única não houve crescimento da receita devido ao preço médio mais baixo e à taxa de câmbio. Antonio de Pádua Rodrigues lembrou que a demanda do mercado externo é muito variada, podendo ser mais forte para determinados países em determinados períodos: “Nesse momento nós estamos tentando substituir parte da redução das exportações para o mercado americano, a fim de exportar álcool para bebidas e perfumaria, que tem mercado maior no Japão, Europa e China”.
(Por Flávia Albuquerque, Agência Brasil, 19/09/2007)