Uma das limitações da transferência de tecnologia e fluxos de capital para projetos de desenvolvimento limpo é o curto prazo, avaliou nesta quarta-feira (19/09), na Conferência Rio+15, o diretor-executivo do Fundo de Carbono do Banco Mundial (Bird), Eduardo Dopazo.
“Nós estamos falando até 2012, enquanto em energias renováveis nós precisamos de prazos mais longos e não falar de um só projeto, mas de reformatar a estrutura do setor de energia”, disse.
Dopazo afirmou que não se pode pretender que o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e os ativos de carbono atendam a todas as demandas do mercado de energia – outras ferramentas são necessárias para fazer funcionar os projetos de MDL. Entre elas, citou o financiamento do ativo do carbono. E destacou as estruturas de regulamentação: "Precisamos procurar em um sentido mais amplo e não só procurar ver o mercado de carbono como a única solução".
A próxima etapa, segundo o diretor, seria deixar de trabalhar cada projeto individualmente e mobilizar os recursos financeiros não apenas para o mercado de carbono. “Nós precisamos saber exatamente quais são as necessidades do país cliente e não tentar transferir o que os outros acham que aquele país precisa. Nós precisamos entender a política e também as metas a longo prazo do país cliente, e depois ir adiante nas iniciativas”, comentou.
O executivo informou ainda que, no momento, o Bird tenta desenvolver novas instalações que não tenham como foco exclusivo o crédito de carbono, mas um trabalho mais amplo, “porque nós estamos tentando ajudar o cliente em termos de concessão de recursos financeiros”.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 19/09/2007)