Perto de 200 países, incluindo o Brasil, estão reunidos desde segunda-feira (17/09) em Montreal, no Canadá, para discutir novas formas de proteger a camada de ozônio. O gás clorofluorcabono (CFC), maior destruidor da “membrana” que protege a Terra dos raios ultravioleta do Sol, já está com os dias contados. Será oficialmente banido do mundo em 2010. O que aflige a comunidade internacional agora é seu sucessor, o hidroclorofluorcarbono (HCFC). Embora com menos potência, o HCFC também destrói o ozônio. E, pior, ajuda no aquecimento do planeta.
O encontro no Canadá ocorre exatamente 20 anos depois da assinatura do Protocolo de Montreal, que obrigou os países a reduzir gradativamente o uso do CFC, até sua eliminação. No caso do HCFC, decidiu-se que seria banido do mundo em 2040. Ontem, foram discutidos prazos menores.
Uma das propostas em análise tem como autores o Brasil e a Argentina, que querem antecipar o fim para 2030, com algumas poucas exceções até 2040. Os Estados Unidos disseram que apóiam prazos menores, mas a comunidade internacional não pode esquecer que isso exigirá mais dinheiro.
O Protocolo de Montreal criou um fundo internacional mantido com dinheiro de vários países. Esses recursos têm como objetivo financiar a adaptação das indústrias para o uso de gases que não destroem a camada de ozônio. Foram verbas desse fundo que permitiram ao Brasil parar, em 1999, de produzir geladeiras utilizando o CFC.
A China é um grande produtor de HCFC e exigiria muito mais dinheiro para a conversão de sua indústria. Os EUA, no entanto, já avisaram que não estão dispostos a aumentar a injeção de dólares no fundo mundial. Espera-se que um acordo sobre novos prazos para a eliminação do HCFC seja tomada até esta sexta-feira, quando termina a reunião no Canadá. Se isso não ocorrer, a próxima chance de um entendimento será apenas em novembro de 2008, na próxima reunião daqueles quase 200 países, em Doha, capital do Catar.
(Agência Estado, 18/09/2007)