O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em discurso na abertura do 2º Encontro Nacional dos Povos da Floresta, no Teatro Nacional Cláudio Santoro, que o Brasil leve para a discussão mundial da questão climática a necessidade de os países que mais poluem o planeta reverem seu padrão de consumo e de desenvolvimento.
- Nós não aceitaremos que mais uma vez seja jogada sobre os pobres a responsabilidade de pagar por algo que não fomos nós que cometemos - disse.
Lula deixou um recado para os países mais desenvolvidos, ao se referir a estudo da Embrapa que aponta que há 8 mil anos o país detinha cerca de 9% das florestas do planeta e, hoje, detém 29,5%: - Tenho me recusado a aceitar missões que qualquer governante tem de dar ao Brasil, de como preservar suas florestas. Eles [os países desenvolvidos] acabaram com as deles.
Depois de reafirmar que seu governo tem dado prioridade à estratégia de reconciliar a preservação da natureza e o desenvolvimento, citou ações como a redução em 50% do desmatamento da Amazônia e em 75% do desmatamento da mata atlântica, nos últimos dois anos.
O presidente também informou que pretende, até 2010, criar novas reservas extrativistas e outras unidades de conservação de uso sustentável. Outra meta, até dezembro deste ano, é deixar pelo menos um analista ambiental em cada uma dessas reservas.
Sobre os povos indígenas, Lula lembrou que o Brasil já pratica o que prega documento aprovado recentemente na Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, "ou seja, o direito deles às terras e aos recursos necessários a sua sobrevivência".
E defendeu que "para expandir as fronteiras da justiça social é indispensável vencer a devastação da miséria, que destrói os recursos naturais". O Brasil, segundo o presidente, precisa se preparar para defender o que é seu:: - Todo mundo tem que saber que a Amazônia tem dono e que nós, governo e povo brasileiro, queremos assumir a responsabilidade de fazer aquilo que é preciso ser feito.
(Agência Brasil, 18/09/2007)