O partido liberal Democrata fez barulho no Parlamento Britânico ontem ao propor que as emissões de dióxido de carbono (CO2) do Reino Unido sejam zeradas até 2050, considerando inclusive a fim de carros movidos a combustíveis fósseis até 2040. “Nós somos o primeiro partido do país que ataca as emissões globais em todos os setores da economia: transporte, geração elétrica, habitações, escritórios e indústria. Estamos despedaçando a natureza pelas suas raízes”, disse o porta-voz ambiental dos Democratas, Chris Huhne, durante a conferência do partido.
Dentre uma vasta gama de propostas, o partido defende a erradicação de usinas nucleares, corretoras de imóveis verdes, a construção de uma rede ferroviária de alta velocidade, a cobrança de pedágios a caminhões para circular nas estradas britânicas, a não ampliação das capacidade de pousos nos aeroportos e a indexação dos impostos de combustível ao crescimento do PIB.
Huhne criticou o partido conservador Trabalhista, dizendo que o primeiro-ministro, Gordon Brown, não se envolve com a questão ambiental e criticou as ações do parlamentar John Redwood. “Muitas das idéias deles farão as emissões de CO2 aumentarem. A única coisa verde em John Redwood é seu nome (Redwood em inglês é uma espécie de sequóia). Redwood quer mais estradas e Cameron o apóia”, disse.
Chris Davies, representante do partido para assuntos ambientais no Parlamento Europeu diz que o plano pode ser um pouco utópico. “Minha preocupação é que este plano não seja realístico, dado o tempo que nos resta para atacar o aquecimento global”, disse o parlamentar, que normalmente tem uma postura mais radical e puxa a liderança para a esquerda.
Segundo Davies, são metas muito altas de redução de CO2, considerando a tecnologia “imatura” e a remoção da opção nuclear como fonte energética, que hoje é responsável por 20% da eletricidade do Reino Unido. Davies argumenta que, apesar da energia nuclear ser cara e criar um legado de lixo radioativo, o imperativo agora é lutar contra o aquecimento global. “Não podemos ignorar o fato que nossas usinas nucleares não estão liberando CO2”, afirmou o parlamentar a BBC.
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CarbonoBrasil, 19/09/2007)