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etanol
2007-09-19

A queda dos preços do açúcar e do álcool não refreou o interesse de usinas brasileiras em comprar equipamentos, já que os investidores se concentram em panoramas positivos a longo prazo, disseram na terça-feira fornecedores de equipamentos.

A corrida para investir na produção de etanol no país fez com que as vendas de equipamentos subissem a uma escala não vista desde o lançamento pelo governo do Programa ProÁlcool, na década de 1970.

Quase 140 novas usinas devem ser instaladas na região centro-sul nos próximos anos. E a maioria das atuais 350 plantas está sendo reformada e ampliada.

"O mercado está superaquecido, extremamente favorável", disse Daniel Moraes, gerente comercial da Zanini. "As vendas ainda estão subindo e devem continuar subindo nos próximos quatro a cinco anos".

A Zanini costumava ser a marca líder de fornecimento de material no setor, mas teve que fechar suas portas devido a problemas legais. O boom do álcool levou seus proprietários a relançarem a empresa.

Para fornecedores, a atual expansão no setor está mais sólida do que a gerada pelo ProÁlcool, já que os investimentos agora são livres de subsídios e menos dependentes de políticas governamentais.

As vendas de equipamentos para usinas de açúcar e álcool devem aumentar 20 por cento neste ano em comparação com 2006, afirmou a subsidiária brasileira da alemã Siemens. A empresa prevê vendas de 200 milhões de reais a este setor em 2007, três vezes mais que o ano passado.

"Todos os fornecedores estão operando com capacidade total", disse Carlos Eduardo Machado Paletta, gerente de vendas da TGM Turbinas. Ele explicou que em certos casos podem ser necessários até dois anos para a entrega de equipamentos.

Paletta disse ainda que alguns novos projetos de usinas foram adiados por cerca de um ano devido a atrasos na obtenção de licenças ambientais. Mas isso tem ajudado a indústria de equipamentos a manter as entregas em dia.

O aumento das vendas tem encorajado a TGM a dobrar a capacidade de duas de suas plantas em Sertãozinho, no interior de São Paulo, na principal região produtora de cana no Brasil.

A empresa espera que as vendas cresçam mais de 30 por cento neste ano, depois de aumentarem de 20 a 30 por cento por ano desde 2002.

"Investidores estão avaliando as perspectivas a longo prazo. A maioria desses projetos estará pronta para operar até 2009, quando os preços provavelmente serão maiores", disse Carlos Rodrigues, gerente de marketing da Dedini, principal fornecedora de usinas de açúcar e etanol.

A Dedini, que recentemente dobrou sua capacidade, assinou um acordo de 500 milhões de reais na segunda-feira com a recém-criada Brenco para fornecer a ela quatro usinas completas.

(Por Inaê Riveras, Reuters, 18/09/2007)

 


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