O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, defendeu na terça-feira que a cúpula climática convocada por ele para a semana que vem passe uma "mensagem política forte", que permita a negociação de um "robusto" acordo global contra o aquecimento. "A ciência deixou claríssimo: já estamos sentindo o impacto do aquecimento global. Temos recursos e temos tecnologias. O único que falta é vontade política", declarou Ban em entrevista coletiva. "Precisamos agir antes que seja tarde demais."
O secretário-geral se disse animado pela reação à cúpula convocada por ele para o dia 24 em Nova York, antecedendo à reunião anual da Assembléia Geral. Cerca de 80 chefes de Estado e governo estão entre os 154 oradores já inscritos. O evento de Nova York não será um fórum de negociações, o que ficará para uma reunião ministerial marcada para dezembro em Bali, na Indonésia.
"O que espero alcançar ao final deste evento em particular é uma mensagem política forte em nível de liderança para as negociações da mudança climática em Bali", afirmou. Diplomatas esperam que o encontro de Bali dê a largada para um tratado que substitua o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
"Precisamos avançar rápido e alcançar um acordo robusto em 2009, para que entre em vigor até o final de 2012. Não devemos deixar qualquer vácuo após a expiração do Protocolo de Kyoto", disse Ban. O sul-coreano disse não haver conflito entre a cúpula de Nova York e uma reunião dos principais países poluidores, convocada pelo presidente George W. Bush para os dias 27 e 28 em Washington.
"Acho que os principais objetivos, princípios e metas sobre os quais estamos trabalhando são os mesmos. Embora saudemos medidas e iniciativas individuais de qualquer país, todas essas medidas e iniciativas devem se encaixar nos esforços da ONU." Ban também minimizou as disputas entre países ricos e pobres sobre quem deve arcar com o ônus pelas restrições às emissões de carbono. "O principal objetivo neste momento é, ao invés de debater mais a respeito dessa diferença de opiniões, que toda a comunidade internacional atue junta."
(Por Patrick Worsnip,
Reuters, 18/09/2007)