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incêndios florestais
2007-09-18
Doze dias de incêndios devastaram 6.137 hectares dentro do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, e mais 10.410 hectares em seu entorno.  O resultado foi apresentado na quinta-feira passada pelos órgãos que atuaram no combate ao fogo, cujos efeitos ainda são sentidos em toda a região da Grande Cuiabá, ainda coberta por uma densa camada de fumaça.  Ao apresentarem os resultados, os integrantes da ação informaram que o fogo na área ainda está em processo de extinção, mas totalmente sob controle.  Ou seja: não há mais focos de calor, mas apenas alguns troncos de árvore que ainda queimam.  Para evitar qualquer problema, equipes devem permanecer no local por pelo menos mais cinco dias fazendo o trabalho chamado de rescaldo.

O fogo atingiu principalmente a parte sul do parque, onde fica, por exemplo, o Morro de São Gerônimo.  O início das chamas foi na parte externa e com o controle da situação começará agora um trabalho de perícia.  O superintendente do Ibama, Paulo Maier, afirmou que várias denúncias sobre como o fogo teria começado já chegaram e nenhuma possibilidade é descartada neste momento.  “Precisamos ser cautelosos em falar nestas denúncias, uma vez que o dano foi muito grande.  Mas montamos uma equipe mixta do governo do Estado e do Ibama para apurar e tentar chegar em quem provocou o início do incêndio”, enfatizou Maier.

Os danos ambientais do fogo que atingiu o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães ainda não foram mensurados.  Entretanto, os meses de agosto e setembro são os piores, devido a umidade relativa do ar baixa.  Com isso, o fogo no cerrado tem um grau de impacto muito maior e pode chegar a matar completamente algumas plantas que são próprias do cerrado.

Devido o período o seco e a previsão de chuva somente para a próxima semana, o secretário de Meio Ambiente, Luiz Henrique Daldegan confirmou a prorrogação do período proibitivo das queimadas, que se encerraria neste sábado (15).  Na sexta-feira (14) será publicado o Decreto que prorroga por mais 10 dias a proibição de queimadas no Estado.  E caso não chova, Daldegan alerta que o prazo poderá ser prorrogado novamente.

Com o controle do fogo em Chapada dos Guimarães, a Sema, por meio da Defesa Civil, iniciou hoje operações em outras localidades.  Os trabalhos com mais ênfase estão sendo desenvolvidos na Área de Preservação Ambiental da nascente do Rio Cuiabá, no Pantanal (com vistoria aérea), em Rondonópolis e no Norte.

A primeira informação sobre o fogo que atingiu o parque chegou no dia 5 de setembro, por volta das 16h, ao coordenador do Prevfogo, Rodrigo Faleiros.  Às 21h do mesmo dia a primeira equipe já chegava ao local.  Foram 12 dias de trabalho, sendo que em nove deles o Governo do Estado participou de forma efetiva.  Foram cerca de 380 pessoas envolvidas na operação, entre bombeiros militares, agentes ambientais da secretaria de Estado do Meio Ambiente, voluntários da Defesa Civil, Exército, jipeiros, guias da Chapada dos Guimarães e outros voluntários.

O Governo do Estado disponibilizou duas Pick Up L200, dois veículos para transporte de tropa, um carro pipa, abafadores, luvas, bombas costais, o helicóptero do Ciopaer com 40 horas de vôo, enfermeiro do bombeiro militar, materiais de primeiros-socorros, entre outros.  O valor estimado de empenho por parte do Estado é de R$ 300 mil.

O Ibama foi responsável pela alimentação, rádios para comunicação, materiais e equipamentos para combate ao incêndio, colchões e peças do uniforme e coturno para reposição.  O valor gasto pelo Ibama está estimado em R$ 220 mil.  A base de comando foi montada no Véu de Noiva e as equipes acamparam durante os dias de trabalho na sede do Mutuca.  O combate ao fogo foi feito de forma direta (trabalho humano), indireta (contra fogo e aceiros) e com aeronaves.

A operação contou ainda com um helicóptero do Ibama, um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e dois aviões locados pelo Ibama, com capacidade de mil litros de água, específicos para combate aéreo do fogo.

A Prefeitura de Cuiabá também contribuiu com quatro carros pipas, sendo dois destinados ao abastecimento dos aviões e dois para segurança e combate na rodovia e áreas possíveis para acesso.  A prefeitura ainda doou colchões e disponibilizou a sede da Salgadeira para alojamento dos 53 militares do Exército.  O apoio dos voluntários foi feito por meio de um grupo de motoqueiros, dois rádios operados por voluntários da Defesa Civil e um Jeep do Lions Clube da Lama.

Daldegan, e o superintendente do Ibama iniciaram hoje uma discussão sobre a possibilidade de ampliar as parcerias no Estado.  “Esta integração foi imprescindível para o combate ao fogo.  Em Brasília, por exemplo, haviam mil homens combatendo o fogo no parque, que acabou queimando 60%.  Aqui, com 350 pessoas apagamos o fogo em 12 dias”.  Luís Henrique enfatizou ainda o trabalho de todos que estiveram no local, lembrando que muitos enfrentaram o perigo.

(24 Horas News, 14/09/2007)


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