Santa Maria - Durante um mês, o estudante João Pedro Gradaschi, 7 anos, chegava em casa quase todo dia com um aviso. O garoto pedia à família que não jogasse fora as caixas de leite, as garrafas plásticas e outros materiais, como papelão. Esses itens lhe seriam muito úteis em sala de aula. Nesse período, além dele, outros 150 estudantes da 2ª série do Ensino Fundamental do Colégio SantAnna fizeram o mesmo.
Toda essa campanha familiar foi necessária para garantir à gurizada a matéria-prima que gerou a exposição "Você quer estar na moda? A moda é reciclar", que está aberta até sexta-feira, no 4º andar do Santa Maria Shopping.
Com disposição e a presença não só do professor, mas também de algumas mães e avós nas aulas, os estudantes transformaram o lixo doméstico em artigos como porta-objetos, móbiles, quadros em tela que retratam paisagens, bonecos e brinquedos. Tudo com muita cor e irreverência, em relevos e texturas. Segundo a pedagoga e educadora Dalian Pereira Dalla Lana, que acompanhou o processo de criação da exposição, a atividade não só despertou a criatividade dos pequenos, como estimulou a formação de sua educação ambiental.
- Na escola, por exemplo, escolhemos um aluno que ganha o título de ajudante na hora do lanche. Ele exerce a função de um fiscal, cobrando dos outros colegas que não joguem nada de lixo no chão - conta a professora Dalian.
Presença - A experiência de ajudar o filhote João Pedro em uma tarefa tão importante motivou a mãe Dania Gonçalves Gradaschi a também colocar a mão na massa, ou melhor, no lixo. Os dois criaram até um Papai-Noel, que será usado no Natal para a decoração da casa.
- Aprendemos juntos a cuidar do nosso planeta - comenta Dania.
Doutrinado a respeitar o meio ambiente, o pequeno João disse que já tem como hábito diário a preservação dos recursos naturais.
- Se eu como uma bala, coloco o papel no lixo. Nunca jogo nada na rua, senão fica poluída e suja - ensinou o consciente João.
IsoporSegundo alguns ambientalistas, o isopor pode ser considerado um produto ecológico porque não contamina o solo, a água e o ar, pois não elimina resíduos tóxicos. Além de ser 100% reciclável e reaproveitável
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Diário de Santa Maria, 18/09/2007)