Eles acusam o superintendente de diversas irregularidades, como a contratação de empresas de amigos Os servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) da capital paraense estão desde esta segunda-feira, 17, impedidos de ingressar na sede do órgão por 150 trabalhadores rurais sem terra que ocupam suas dependências há uma semana.
Eles exigem celeridade no assentamento de cinco mil famílias da região nordeste do Estado e acusam o superintendente Cristiano Martins de diversas irregularidades, como a contratação de empresas de amigos e familiares para construção de casas e assistência técnica em 432 áreas ocupadas.
Martins nega e rebate a acusação, afirmando que a radicalização dos sem terra terá como resposta um pedido de reintegração de posse da sede. "Não podemos criar assentamentos em áreas ocupadas e já com reintegração decidida pela justiça", explica o superintendente.
O líder dos invasores, Marcos Santos, informou ao Estado que os advogados do Movimento de Luta pela Reforma Agrária estão pedindo uma investigação do Ministério Público Federal sobre a gestão de Martins, indicado para o cargo pelo deputado federal Beto Faro (PT-PA), ex-superintendente do órgão preso pela Polícia Federal e que hoje responde a processo no STF por envolvimento em suposta cobrança de propina para liberar terras da União para grileiros e plantadores de soja.
(Por Carlos Mendes,
O Estado de S.Paulo, 18/09/2007)