O presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, disse ontem (17/09) durante fórum sobre meio ambiente em Sertãozinho (SP), que nem as usinas do Rio Madeira e a possível construção da usina nuclear de Angra 3 são a solução para o apagão energético previsto para 2011.
Ele defende que a saída para cobrir o déficit elétrico, projetado de 1.400 MegaWatts (MW), seria o uso de termelétricas a carvão, gás ou óleo combustível, "que sujariam a matriz energética" ou da bioeletricidade a partir da queima do bagaço da cana. Jank ressaltou que cada unidade de co-geração pode ficar pronta em 24 meses e que a maioria dos projetos está na região Centro-Sul, no "coração do sistema gerador e consumidor de energia".
Dados da Unica apontam que as usinas sucroalcooleiras poderiam ampliar os atuais 2.000 MW de capacidade instalada de geração de energia para valores entre 4.000 e 7.000 MW até 2011 e atingir 9.600 MW em 2015, o que corresponderia a duas vezes a geração de Itaipu ou 15% da energia consumida no País. "Nós podemos cobrir o risco de apagão, mas precisamos que haja uma valoração desse trabalho", afirmou Jank.
Ele evitou comentar o pedido feito pelo setor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o preço pago pela energia co-gerada seja pelo menos o dobro da média atual de R$ 100 por MW. "Os nossos projetos contratados para 15 anos são apenas reajustados pela inflação. Já os projetos de termelétricas a óleo, por exemplo, além do custo social e ambiental, sofrem com as ameaças da valorização do petróleo e da variação cambial", justificou.
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Agência Estado, 17/09/2007)