Em três meses, desmatamento no estado triplicou, segundo dados de satélite do Inpe. Principais focos de devastação estão perto das divisas com Rondônia, Amazonas e Pará.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam: os focos de desmatamento voltaram a crescer em ritmo acelerado em Mato Grosso. Os principais focos de devastação estão no Norte e Noroeste de Mato Grosso, perto das divisas com Rondônia, Amazonas e Pará.
Há pouca visibilidade e dificuldades para respirar em quase todos os municípios do estado. Especialistas dizem que a fumaça no ar é um sinal de retomada brusca das atividades no campo.
As imagens de satélite do Inpe mostram que, nos últimos três meses, o desmatamento em Mato Grosso triplicou. É um contraste em relação aos dados que vinham sendo registrados até maio. Até então, registrava-se queda expressiva no número de áreas desmatadas.
"Os satélites estão mostrando mais de 3 mil focos de queimada no estado nesse período, agora. É uma situação que precisa se tomar uma providência”, aponta o ambientalista Sérgio Guimarães.
O estudo mostra que 65% do desmatamento detectado pelos satélites atingiram áreas sem licença para o desmate e reservas ambientais. Para a polícia de Mato Grosso, parte dessa atividade está ligada a organizações criminosas, que usam a violência para dominar territórios na Amazônia e extrair madeira ilegalmente.
Há duas semanas, policiais civis e militares prenderam 39 pessoas suspeitas de participar da morte de posseiros. O bando atuava em um dos maiores focos de desmatamento de Mato Grosso: o município de Colniza. A quadrilha usava uma fachada de legalidade para retirar árvores de áreas onde a extração é proibida.
O Governo do estado diz que o tamanho da área desmatada nos últimos meses é irrelevante, se comparado à redução dos desmatamentos registrados em um ano.
(G1, 17/09/2007)