O vice-presidente do Irã e diretor da Organização da Energia Atômica iraniana, Gholam Reza Aghazadeh, criticou hoje o que considerou uma política de "dois pesos e duas medidas" do Ocidente e o caminho do confronto empreendido por alguns Estados. Em seu discurso diante das 144 delegações dos Estados presentes na Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que começou hoje, em Viena, Aghazadeh lembrou que o programa nuclear do Irã começou a ser desenvolvido durante o regime de Mohamad Reza Pahlevi, com a ajuda dos EUA e de outros países ocidentais.
No entanto, foi interrompido após a Revolução Islâmica, o que atribuiu à "política discriminatória e ao duplo standard na área da energia nuclear por parte de alguns países ocidentais". "Eu gostaria de transmitir a alguns países ocidentais o seguinte: sempre escolheram o caminho do confronto, em vez do entendimento", o que, segundo o vice-presidente iraniano, é porque "não conseguem suportar que Estados independentes e países em desenvolvimento" dominem a tecnologia nuclear.
Aghazadeh voltou a defender o caráter pacífico do programa nuclear de Teerã, que afirma ser exclusivamente destinado à produção de energia elétrica para "o desenvolvimento e a prosperidade do país". O representante iraniano não fez menção explícita às sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, e disse que a tecnologia nuclear é um "direito inalienável" do Irã.
Aghazadeh também definiu como "irracionais" as críticas contra um acordo que estabelece que a República Islâmica cooperará com a AIEA para tentar esclarecer até o final do ano antigas questões sobre seu programa nuclear, que escondeu em parte da comunidade internacional durante 18 anos, até 2003. EUA, Alemanha, França e Reino Unido expressaram seu temor de que esse acordo possa servir para que o Irã ganhe tempo enquanto desenvolve seu programa nuclear, e repetiram suas suspeitas sobre que Teerã esteja pretendendo conseguir a bomba atômica.
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Efe, 17/09/2007)