A celebração do Dia Nacional da Camada de Ozônio, em 16 de setembro, talvez ainda tenha um significado pequeno para quem não se habituou a viver e a obedecer às novas regras impostas pelos impactos da mudança de clima, decorrentes do aquecimento global. A implementação de medidas preventivas e, em especial, para remediar a emissão de gases de efeito estufa, na atmosfera, parece estar longe do cotidiano da humanidade, embora entidades ambientalistas já venham advertindo, há tempos, sobre os riscos que as gerações futuras enfrentarão diante as modificações no sistema ecológico.
O desperdício de água, o uso indiscriminado de energia, a pouca utilização de materiais recicláveis e a ocorrência das queimadas são alguns dos exemplos corriqueiros na vida dos seres humanos, que contribuem, de maneira decisiva, para a emissão de gás carbônico, considerado o principal vilão do chamado efeito estufa. São louváveis as iniciativas de diversos países para evitar que a alteração global afete, de forma séria ou irreversível, o planeta Terra, a partir da formulação de acordos de cooperação nacional e internacional.
A instituição do protocolo de Quioto, em 1997, é uma delas, com metas de redução total das emissões para determinadas federações industrializadas, que correspondem a uma diminuição de pelo menos 5% sobre a quantidade de emissões registradas em 1990. Também foi instituído o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, estimulando a sustentabilidade em nações, como o Brasil, e o investimento em projetos de redução de emissões de GEE.
No entanto, precisamos mudar estilos de vida e comportamentos, para que não nos tornemos (ir) responsáveis para com as próximas gerações. Nesse sentido, estamos propondo a instituição de uma Política Estadual sobre Mudança Global do Clima e Desenvolvimento Sustentável do Rio Grande do Sul, a partir de projeto de lei já em tramitação na Assembléia Legislativa.
O investimento em fontes energéticas renováveis, como vento e sol, também são outras saídas. O Brasil é o país com maior disponibilidade de energia solar do mundo, podendo liderar um movimento - e por que não também o Estado -, que altere a forma de utilização de energia e abandone a posição de sexto colocado, no mundo, em emissões de efeito estufa. Pioneiros em assuntos ambientais, cabe aos gaúchos levar em conta que, como somos responsáveis pelas transformações que oferecem perigo à vida, é também nosso desafio encontrar soluções e implementá-las.
(Por Alberto Oliveira, deputado estadual (PMDB), presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente , AL-RS, 17/09/2007)