Na manhã da última quinta-feira (13/09) a operação Anavilhanas, criada para apurar denúncias de atentados e ameaças contra os servidores Ibama, entrou em sua segunda fase em Novo Airão, no Amazonas.
Em reunião com o prefeito de Novo Airão, Wilton Santos, o analista ambiental do Ibama Marcelo Dutra, junto com os delegados da Polícia Federal Caio Porto Ferreira e Reginaldo Gallan Batista discutiram assuntos como o atropelamento de um analista ambiental, o envenenamento de cães e gatos, o incêndio do carro de um servidor do Ibama e diversos pequenos furtos que ocorrem no flutuante localizado à frente da instituição. No final, um acordo de parceria com a prefeitura foi firmado, onde o prefeito se comprometeu a manter a ordem e auxiliar os servidores do Ibama na execução da política ambiental naquela região.
A operação Anavilhanas foi dividida em duas equipes. Uma, comandada pelo delegado Reginaldo Gallan, ficou no município e apreendeu em um acampamento de caçadores, 19 quelônios “cabeçudos”(ordem da tartaruga), seis pacas, um porco do mato, um tatu, 25 quilos de pescados diversos, dois motores de rabetas e cinco canoas utilizadas para caça, além de arpões, zagaias e cartuchos de diversos calibres. Os caçadores abatiam animais silvestres na margem do lago Matias, no rio Baepindi, dentro da Estação Ecológica Anavilhanas para abastecer o mercado de Manaus. A operação flagrou um barco com mais de 500 quilos de pescado capturados dentro da Unidade de Conservação Federal de Proteção Integral.
A segunda equipe foi mandada de avião até a cabeceira do rio Unini, onde o Governo Federal criou uma reserva extrativista, e foi coordenada por Marcelo Dutra, do Ibama, com o comando de Caio Porto, da Polícia Federal. A reserva não possui conselho gestor e nem plano de manejo. Os agentes encontraram um complexo hoteleiro em funcionamento com dois hotéis flutuantes, além de estrutura para alojamento de funcionários, armazém de alimentos e doze canoas de pesca.
A empresa Amazon Fishing Adventure, do proprietário Donald Cutter, norte-americano, iria dar início, na manhã do dia 15 de setembro, nesse complexo hoteleiro, à um torneio internacional de pesca de Tucunaré sem a autorização do governo brasileiro. Além da empresa do norte-americano foram autuadas mais duas empresas acusadas de participar do crime ambiental, Brasil Pousadas e De Guedes. Além de multa e do indiciamento criminal, os infratores tiveram toda a estrutura apreendida e as atividades embargadas, ficando assim proibido qualquer atividade pesqueira por pessoas que não sejam moradores da reserva.
A operação Anavilhanas termina com o depoimento dos acusados da prática de crimes ambientais na região e de ameaça e atentados contra os servidores do Ibama.
(Por Felipe Bello,
Ibama/Sede, 17/09/2007)