O Parque Ecológico Promotor Francisco José Lins do Rêgo, na Pampulha, no Norte de Belo Horizonte, dá bom exemplo de desenvolvimento sustentável. Seus 30 hectares são irrigados com água reaproveitada da Lagoa da Pampulha, depois de submetida a dois tipos de tratamento, um feito pela Copasa e outro administrado dentro da própria área. A Secretaria Municipal de Políticas Urbanas está licitando uma empresa para gerenciar a estação de tratamento de água do parque. Uma consultoria foi classificada, mas o processo ainda está em curso.
A Lagoa da Pampulha recebe vários córregos e a Copasa coleta parte dessa água e a encaminha para uma estação de tratamento fluvial (Etaf). Em seguida, uma porção já despoluída é captada pelo parque e passa por outro tipo de limpeza, com produtos químicos específicos, numa Estação de Tratamento de Água (ETA). Esse montante é reaproveitado no abastecimento do lago ornamental do espaço e, seu espelho d’água, com oito milhões de metros cúbicos, funciona como um reservatório.
O Parque Ecológico da Pampulha, inaugurado em 2004, foi feito pela Construtora Andrade Gutierrez. O contrato com a empreiteira previa o gerenciamento da ETA instalada na área, mas o acordo expirou em 30 de março. De segunda à sexta-feira, são captados 21 litros d’água por segundo, de 7h da manhã às 17h. Por dia, são tratados 756 mil litros. O funcionário do parque e responsável pela manutenção da ETA, José Figueiredo, justifica a necessidade de um novo contrato. “Conseguimos administrar o sistema e a água usada na irrigação não oferece nenhum risco ao visitante, mas podemos aprimorar nossas técnicas”, diz.
Para a chefe de serviço do parque, Cristiane Speziali, o mais interessante é ver como todo esse processo surpreende os visitantes. “Quando contamos que a água que irriga as plantas vem da lagoa, muita gente não acredita. Mostramos que é possível transformar o que aparentemente não serve para nada em um instrumento de promoção do verde”, diz. Exemplares de três biomas brasileiros – mata atlântica, cerrado e floresta amazônica – como embaúbas, ipês, ingás, candeias, aroeiras, mognos e urucuns agradecem o cuidado
Limpeza
Neste sábado, um mutirão de voluntários formado por estudantes da região, moradores e comunidade do entorno vai coletar resíduos na Lagoa da Pampulha e na Bacia do Córrego Engenho Nogueira, em comemoração ao Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias. A ação é parte do Projeto Pampulha Limpa, que vai promover também palestras e dinâmicas. Mais de 1 mil pessoas são esperadas na quinta edição evento. Atualmente, uma empresa contratada pela prefeitura faz os trabalhos de manutenção da lagoa, que inclui limpeza dos diques de contenção de resíduos vindos dos córregos Ressaca e Sarandi, que correm ao lado do parque ecológico. Este ano, o serviço começou em agosto e já foram retirados seis mil metros cúbicos de sedimentos.
Serviço
Sextas, sábados e domingos o parque é aberto à população e a entrada é gratuita. Escolas interessadas em marcar excurções nos outros dias devem ligar para o telefone: (31) 3277-7439.
(Por Izabela Ferreira Alves, Estado de Minas, 15/09/2007)