Um projeto brasileiro para iluminar as Cataratas do Iguaçu foi rejeitado pelas autoridades argentinas do parque que abriga o ponto turístico. Segundo o gerente da concessionária de serviços no Parque Nacional de Iguaçu da Argentina, Alcides Capra, clarear o local com raios laser, como sugere o projeto, alteraria a vida normal e natural da fauna, "pois elas seriam iluminadas para que fossem visitadas também à noite".
Capra afirmou que as 275 quedas de Iguaçu, um dos pontos fronteiriços com o Brasil, são "um destino turístico que se diferencia pela preservação do ambiente e os raios laser tirariam esse privilégio". "Já temos espécies de fauna em extinção e com esse projeto será pior", acrescentou. Do lado argentino do parque são realizados passeios noturnos à luz da lua cinco noites ao mês, que representam "um momento excepcional, de comunhão com a natureza, que ficaria denegrido se houvesse luz artificial", comentou Capra.
Para o gerente, a idéia dos raios laser foi dada pelo prefeito de Foz do Iguaçu (PR), Paulo Mac Donald Ghisi, que propõe ainda a projeção de imagens sobre as quedas d'água, entre elas a do seu descobridor, o conquistador espanhol Álvar Núñez Cabeza de Vaca.
Segundo declarações de Ghisi publicadas pela imprensa argentina, esse projeto "não iria diferir muito do que uma tempestade de trovões pode fazer na região". "Também não prejudicaria em nada as quedas d'água, os pássaros e ou borboletas, e seria um atrativo extraordinário", afirmou o prefeito. "Respeito muito a opinião que possam ter no Brasil, mas não a compartilho e acho sem dúvida que os responsáveis pelos parques nacionais também não, porque são a favor da preservação do ambiente", respondeu Capra.
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Efe, 15/09/2007)