Reportagem publicada pelo Jornal MINUANO, mostrando o possível plantio de eucaliptos na área histórica da batalha do Seival, na BR 293, gerou repercussão. Em plena Semana Farroupilha, soa como uma afronta à utilização da área para plantio, já que, mesmo que as pesquisas ainda não tenham sido finalizadas, existem fortes indícios de que o marco do Seival indica o local onde ocorreu o combate que originou a proclamação da República Rio-Grandense.
Durante todo o dia de ontem, o MINUANO tentou fazer contato com a proprietária da área, Vanessa Lemos de Mattos. Não foi possível, mas o engenheiro florestal responsável pelo projeto técnico, Rodolfo César Perske, confirmou que as plantações estão prestes a acontecer.
De acordo com Perske, há cerca de três meses a Prefeitura de Candiota já liberou a licença para o plantio. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) já concedeu a licença prévia. Assim que o órgão liberar o projeto definitivamente, a plantação deve começar. O prazo ainda não está definido, já que depende da Fepam.
O engenheiro explica que o questionamento feito à Prefeitura de Candiota foi no sentido de que, se há um patrimônio histórico a ser preservado, os proprietários do terreno devem ser indenizados por isso. “Se a prefeitura tem interesse em preservar a área, o produtor deve ser indenizado, já que se trata de uma propriedade particular. Não há nada na lei que impeça o plantio”, defende.
Informações extra-oficiais dão conta de que nesta segunda-feira a área recebe a visita de um órgão governamental, para avaliação do local. O presidente do Núcleo de Pesquisa Histórica Seival, em Candiota, Heitor Ferreira, diz que está prevista, ainda sem data definida, uma manifestação dos historiadores no local, buscando sensibilizar os proprietários a desistirem da plantação.
Além da movimentação do Núcleo de Pesquisa, os núcleos de Bagé e Camaquã também tentam barrar o plantio. A principal motivação dos manifestantes contra a plantação é de que é necessário preservar as tradições gaúchas. Enquanto a área sofre a ameaça, o Núcleo de Pesquisa Histórica Seival está buscando uma parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
(
Minuano, 15/09/2007)