Em duas horas de trabalho, cerca de 800 estudantes de 17 escolas públicas e privadas, escoteiros e voluntários recolheram quase meia tonelada de lixo da orla da Lagoa da Pampulha e de outras quatro nascentes da bacia do Córrego Engenho Nogueira, na manhã de ontem. Entre os 6,6 mil itens recolhidos – cerca de 440 quilos –, havia papel, plástico, vidro e outros materiais recicláveis. A limpeza ocorre pelo quinto ano consecutivo e integra as comemorações do Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias, que em Belo Horizonte é coordenado pelo projeto Pampulha Limpa.
A expectativa da coordenação do projeto é de que a cada ano sejam recolhidas quantidades menores de lixo, devido ao aumento da consciência ambiental da população. No ano passado, foram recolhidos 1,4 tonelada de resíduos em três nascentes e sete pontos da orla da Lagoa da Pampulha, dois no Córrego Engenho Nogueira, dois no Córrego Cascatinha, um no Córrego Brejinho e um no Córrego Pastinho.
O coordenador nacional do evento, Leonardo Viana, afirma que anualmente o projeto conscientiza mais indivíduos da importância e necessidade de envolvimento e participação ativa, que tem um propósito educacional de fundamental importância para o meio ambiente. “Por ser um grande movimento voluntário mundial, temos que contar com a boa vontade de cada um. O Brasil é um dos países que, nos últimos anos, participa ativamente”, acrescenta.
Segundo a coordenadora do Pampulha limpa, Teresa Viana, o trabalho de conscientização ambiental é feito durante todo o ano com alunos de escolas das redes municipal, estadual e particular de ensino. Além das aulas teóricas, os estudantes visitam o aterro sanitário, áreas preservadas e degradadas. “E em todo terceiro fim de semana de setembro há este mutirão de limpeza. Depois dessa atividade, os alunos aprendem a reciclar todos os materiais recolhidos. O evento está crescendo e hoje os próprios alunos ensinam outras pessoas. É preciso criar esse hábito.”
O secretário municipal de Saúde, Helvécio Magalhães, ressalta que, além da consciência ambiental, os estudantes, escoteiros e voluntários aprendem que quanto mais lixo for jogado em lagoas e outras nascentes maior será o risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. “Se não fossem as campanhas de conscientização, certamente já teríamos uma epidemia de dengue na cidade”, comenta.
A estudante Bianca Rodrigues, de 14 anos, explica que a limpeza incentiva as pessoas a não poluirem a lagoa e os rios. “Tivemos muito trabalho na limpeza porque havia muito lixo espalhado pela Lagoa da Pampulha e nas outras nascentes.”
(Por Daniela Galvão,
Estado de Minas, 17/09/2007)