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circulação de automóveis sustentabilidade e capitalismo
2007-09-17
    Andar pelas ruas de Porto Alegre está cada vez mais difícil. O grande número de veículos e a poluição decorrente da queima de combustível tem tornado a jornada diária de qualquer cidadão portoalegrense um martírio. As grandes avenidas já não dão conta do trânsito intenso e mesmo aos finais de semana, quando a cidade parecia parar, hoje não se percebe tanta diferença. A vida moderna está mais intensa e rápida, e as pessoas querem deslocar-se com a mesma rapidez.

No entanto, o espaço urbano é limitado. Para uma cidade conseguir acomodar os 15% de veículos novos todos os anos, precisa tirar espaço de alguém. E de quem historicamente tem sido retirado espaço? Dos pedestres e dos ciclistas. A prioridade tem sido a mobilidade do automóvel, que ocupa 10 vezes mais espaço que o pedestre e usuário de transporte coletivo no seu deslocamento. Um estudo realizado nos principais centros urbanos do país pela Associação Nacional de Transporte Público – ANTP mostra que 20% das pessoas andam de carro e ocupam quase 60% do espaço viário. Já os pedestres e usuários do transporte coletivo, que representam 70% da população, ocupam 25% das ruas (Folha de São Paulo, C3, 16/10/2003).

Em relação ao meio ambiente, a emissão de poluentes pela queima de combustível de carros e motos é responsável por 49% do ar poluído, enquanto que os ônibus são responsáveis por 1% da emissão. O ar como meio de propagação dessas emissões, juntamente com a circulação dos veículos, dependendo de sua intensidade, pode causar danos e perturbações irreversíveis à saúde e ao bem-estar da população, sendo que o aumento da quantidade desses gases tem ocasionado profundas mudanças no nosso clima. Para se ter uma idéia, para transportar uma pessoa numa distância de 500km um automóvel queima os mesmos 175Kg de oxigênio que um indivíduo respira durante um ano (Ivan Illich, 1974).

O controle da circulação de veículos e das emissões de poluentes atmosféricos e o monitoramento da qualidade do ar sempre foram temas importantes na gestão ambiental de Porto Alegre, pois a qualidade de vida de cada cidadão portoalegrense depende diretamente da qualidade do ar e o controle de emissões de poluentes, seja pela queima de combustíveis (gasolina, álcool ou óleo diesel) pelos veículos de transporte ou pela queima de madeira ou carvão.

Com o intuito de contribuir com as políticas internacionais empenhadas na redução do aquecimento global, desde 2001, Porto Alegre participa da Jornada Internacional “Na cidade, sem meu carro”, que ocorre todos os dias 22 de setembro, e tem o objetivo de promover a reflexão sobre a necessidade de restringir a circulação de veículos de transporte individual e incentivar o uso do transporte coletivo, de bicicleta e a pé como meio de controlar a emissão de poluentes e promover a mobilidade sustentável.

Como forma de tornar permanente esta iniciativa e provocar uma incidência maior por parte do poder público, bem como, o comprometimento com estas questões, foi aprovado em 2006 na Câmara Municipal de Porto Alegre, projeto de minha iniciativa que institui o dia 22 de setembro como o “Dia Porto-alegrense sem meu carro” – Lei 9995/06.

Não se trata de ser contra o automóvel, mas sim, de um uso mais racional deste meio de transporte que agride tanto o nosso meio ambiente e congestiona o trânsito de nossa cidade. O dia 22 de setembro está se aproximando e espero que, além das atividades programadas para esta data, as pessoas experimentem outras formas de deslocar-se, se proponham a desfrutar da cidade andando a pé, de bicicleta, ônibus ou trem.

(Por Adeli Sell*, texto recebido por E-mail, 14/09/2007)
* Vereador de Porto Alegre

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