Após mais de uma década de queda, a emissão de poluentes na cidade de São Paulo voltou a crescer. Carros, caminhões, ônibus e motos são responsáveis por 92% da poluição atmosférica e essa frota avança em ritmo oito vezes maior do que a população do município. Segundo o Detran, 870 veículos são emplacados por dia. Nas ruas, essa frota provoca aumento médio de 5% na emissão anual dos cinco principais poluentes. O que implica acréscimo de até 20% na procura pelos prontos-socorros para resolver problemas respiratórios, como crises de asma, e de até 10% nas internações.
A situação fica ainda mais crítica em dias de sol forte, tempo seco e baixa dispersão de poluentes, como na semana passada. Mas mesmo que chova e a umidade do ar aumente - ela caiu a 12% em algumas regiões -, os paulistanos não terão muito a comemorar. A qualidade do ar de São Paulo, além de estar longe do ideal preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), caminha para virar emergência de saúde pública.
Só em 2006, a frota da região metropolitana lançou no ar cerca de 1,5 milhão de toneladas de monóxido de carbono, índice recorde - ele vinha caindo nos anos 90, mas voltou a crescer em 2005, quando o efeito da modernização da frota perdeu força. Só os carros emitiram 852.600 toneladas de monóxido, enquanto as motocicletas lançaram 254.000 t - e os caminhões, 372.200 t.
RankingEntre as 193 cidades monitoradas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), São Paulo é a sexta mais poluída, segundo um ranking de fins de 2005. O primeiro posto é ocupado pela Cidade do México, que fica numa região onde a geografia dificulta a dispersão de poluentes e causa 17 mortes por dia. Antes da capital paulista, vêm Pequim (China), Cairo (Egito), Jacarta (Indonésia) e Los Angeles (EUA). Na outra ponta do ranking, Calgary (Canadá), Honolulu (Havaí) e Helsinque (Finlândia) apresentam os melhores índices de qualidade do ar.
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Agência Estado, 16/09/2007)