Além de problemas para o meio ambiente, as queimadas registradas no período da seca podem provocar problemas para as pessoas que moram nas regiões atingidas.
Segundo o superintendente da Defesa Civil do Mato Grosso, Major Abadio José da Cunha Junior, a baixa umidade relativa do ar e dificuldade de dissipação da fumaça provocam uma concentração da fumaça sobre os grandes centros, aumentando a poluição. “Tivemos dias terríveis, quando a fumaça não se dissipou e a cidade [Cuiabá] ficou tomada pela fumaça”, relata.
Mesmo sendo proibida a prática, por lei estadual, entre 15 de julho e 15 de setembro, alguns produtores insistem em fazer queimadas em suas propriedades, o que agrava a situação, segundo Cunha. Ele lembra problemas no aeroporto e em estradas da região, devido à fumaça.
Os problemas de saúde também preocupam a defesa civil do Mato Grosso. O superintendente afirma que municípios no estado já registram excesso de pessoas nos pronto-socorros por causa de problemas respiratórios. Segundo a Secretaria de Saúde de Cuiabá, a baixa umidade aumentou em 20% o número de pacientes com problemas respiratórios no pronto-socorro e em policlínicas do município na semana passada.
No Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, a 10 quilômetros do centro da capital mato-grossense, o controle de pousos e decolagens está sendo feito desde a última segunda-feira (10/09) por instrumentos, por causa da falta de visibilidade e da intensidade das fumaças na região, gerada pelas queimadas em todo o estado. Mas, segundo a EsaInfraero, não há registro de atraso nem cancelamento de vôos.
No Distrito Federal (DF), apesar da baixa umidade relativa do ar, as queimadas não têm provocado efeitos significativos à população, de acordo com o subsecretário do Sistema de Defesa Civil, coronel Luiz Carlos Ribeiro da Silva. “As pessoas mais próximas aos locais em que houve queimadas sentiram os resíduos das queimadas e o cheiro da fumaça, mas nada que trouxesse nenhum problema que tenha chegado ao conhecimento da Defesa Civil”, afirma.
O órgão tem orientado a população do DF a não jogar pontas de cigarros em gramados e não queimar lixos em terrenos, especialmente próximos ao cerrado. “A população tem que entender que o meio ambiente é uma responsabilidade de todos”, alerta Silva.
(Por Sabrina Craide, Agência Brasil, 14/09/2007)