O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Nunes, disse na sexta-feira (14/09) que apesar de praticamente todos os indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2006 serem positivos, alguns revelam a necessidade de ampliar o acesso da população ao saneamento e de se reduzir a concentração de renda.
“Há necessidade de ampliar ainda mais o acesso da população ao saneamento, tanto à rede de esgoto como à água. E creio eu, o maior desafio é ainda a questão relativa a redistribuição de renda. Em que pese os indicadores se distribuição de renda se mostrarem sempre favoráveis, a velocidade é muito pequena frente à desigualdade existente no país”, disse.
De acordo com a pesquisa, o rendimento médio mensal dos trabalhadores aumentou 7,2% em 2006 e o crescimento na renda foi maior entre a população que ganha menos. O estudo também mostrou que em 2006 os 10% da população ocupada de mais baixo rendimento detiveram somente1% do total dos ganhos com trabalho, enquanto os 10% com as maiores rendas concentraram 44,4% do total das remunerações.
No Nordeste, a renda média dos trabalhadores ficou em R$ 565, quase a metade do alcançado na Região Sudeste , que é de R$1.027.
De acordo com Eduardo Nunes, o aumento de 7,2% na renda média dos trabalhadores, principal destaque do levantamento, é resultado do aumento do número de pessoas ocupadas, da formalização do mercado de trabalho e de reajustes de salários acima da inflação.
“Dois fenômenos cooperaram positivamente: a elevação do número de pessoas ocupadas, que reduziu o desemprego no país, e também porque os ocupados tiveram reajustes na sua remuneração bem maior do que a inflação. Um terceiro fator é a melhoria da formalização no mercado de trabalho, com maior número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada”.
(Por Adriana Brendler, Agência Brasil, 14/09/2007)