O lixo doméstico é tão poluente quanto o lixo hospitalar. A afirmação foi feita ontem (27/11) à tarde, na Comissão Especial que analisa a Política Nacional de Resíduos (PL203/91) pelo presidente da Federação de Hospitais de Santa Catarina, TércioEgon Kastens. A declaração surpreendeu os deputados. Até então, a Comissão vinha entendendo que os dois tipos de resíduos deveriam ter tratamento diferenciado. Apontando a expressão lixo hospitalar como um termo terrorista, Kastens criticou a proposta de incineração de resíduos hospitalares. Segundo ele, o lixo doméstico tem tantos ingredientes infecciosos quanto o hospitalar, como pilhas, medicamentos, cosméticos, metais e absorventes. Além disso, muitos pacientes de doenças graves como Aids e câncer moram nessas residências. Ainda de acordo com o diretor, das 14 mil toneladas por dia de lixo produzidas pelo Estado de São Paulo, apenas 100 toneladas saem dos hospitais, sendo que os maiores agressores à saúde pública e ao meio ambiente seriam os resíduos produzidos pelas indústrias. Por isso, e também pelo alto custo de instalação de incineradores (cerca de R$ 300 mil por hospital), Kastens defendeu o uso de esterilizadores de resíduos a vapor ou gás (os chamados autoclaves).