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hidrelétricas do rio madeira
2007-09-14
As empresas controladas pela Eletrobrás estão liberadas para participar do leilão da usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, como concorrentes. Elas podem se consorciar com empresas privadas até o limite de 49% de participação no empreendimento. A confirmação foi dada hoje pelo diretor financeiro da Eletrobrás, Luiz Augusto Figueira.

Ele esteve presente nesta quinta-feira do 2º Seminário Internacional de Reestruturação e Regulação do Setor de Energia Elétrica e Gás Natural, promovido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

As empresas do sistema vão poder participar (do leilão), estão fazendo chamadas públicas para se consorciar. Elas têm patamares similares de rentabilidade, vão fazer seus cálculos e vão participar como qualquer outro player, afirmou Figueira, acrescentando não ter definição ainda se todas as controladas da Eletrobrás decidirão tomar parte.

O executivo frisou ainda que, para cumprir os projetos de investimento para aumento da capacidade de geração nos próximos anos, a Eletrobrás procura diversas formas de financiamento. A fim de facilitar a captação no exterior, a estatal prepara uma proposta para aderir ao Nível 2 de ADR na Bolsa de Nova York.

Segundo Figueira, a empresa já preparou as demonstrações financeiras no formato US GAAP (contabilidade conforme as normas americanas). Atualmente, a Eletrobrás aguarda o posicionamento da auditoria contratada sobre a adequação da contabilidade da empresa ao padrão US GAAP.

A expectativa do executivo é de que até o fim do ano a Eletrobrás envie à Securities Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA) a documentação necessária para migração de seus ADRs para o Nível 2, que permitirá que os papéis da estatal deixem o mercado de balcão e passem a ser listados na Bolsa de Nova York.

O Nível 2 vai nos permitir um custo menor de captação e vai melhorar a percepção que os investidores têm da empresa. Esperamos aumentar mais ainda o número de acionistas não-residentes [fora do Brasil], ressaltou Figueira, acrescentando que no primeiro semestre deste ano o número de acionistas da Eletrobrás não residentes no país aumentou 24%.

O diretor financeiro da estatal afirmou ainda que representantes da Eletronuclear - controlada da Eletrobrás responsável por investimentos na área de energia nuclear - estiveram ontem no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para iniciar as tratativas sobre um possível financiamento do banco para a construção de Angra 3, já autorizada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Figueira evitou dar números sobre a necessidade de investimento para o projeto, mas afirmou que a Eletronuclear deve enviar ao banco até o fim do ano dados concretos sobre isso.

Nelson Siffert, chefe do Departamento de Energia Elétrica do BNDES, confirmou o encontro e disse que o banco tem interesse em financiar projetos como o de Angra 3. O banco tem interesse em todos os projetos de desenvolvimento que tenham preocupação com o meio ambiente e a inovação tecnológica. Acho que a energia nuclear é uma fonte de energia que o Brasil não pode dispensar. Hoje, em função de não ter emissão de gás carbônico, os próprios ambientalistas têm revisado seus pensamentos sobre o papel da energia termonuclear, afirmou.

(Rafael Rosas, Valor Online, 13/09/2007)



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