A usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira (RO), não teve o edital de licitação lançado semana passada (05/09), conforme previsão inicial. Responsável pelo atraso, o Ministério de Minas e Energia informou não acreditar em comprometimento do cronograma do governo, que prevê a entrada de operação da usina em 2012. O edital deve ficar pronto até o fim de setembro.
Incluída no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a obra é considerada a principal alternativa do governo para evitar crise no abastecimento de energia elétrica. Nos planos do governo, não existe alternativa à construção das usinas do Madeira. A opção seria apelar para as usinas térmicas a óleo ou carvão, mais caras e poluentes.
O ministério não concluiu a tempo as diretrizes para a disputa. Faltam ainda informações importantes, como o preço máximo que os empreendedores poderão cobrar de tarifa no fornecimento de energia elétrica. Segundo a assessoria, os interessados já disporiam de informações suficientes para formalizar suas propostas para o leilão.
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) depende das diretrizes do Ministério de Minas e Energia para confeccionar a versão definitiva do edital. A participação de construtoras e fornecedoras de equipamentos criou conflito entre os dois órgãos durante a consulta pública das regras para o leilão, encerrada no último dia 24.
Camargo Corrêa e Norberto Odebrecht – maiores empreiteiras do país – brigam pela concessão das usinas. Autora dos estudos de viabilidade econômica e ambiental da obra, a Odebrecht fechou parceria com a estatal Furnas (maior empresa do setor elétrico) e detém acordo de exclusividade com fornecedoras de equipamentos.
A Camargo Corrêa diz que a competição ficou desequilibrada em função desses acordos. A empresa quer a liberação dos fornecedores e o adiamento do leilão para 120 dias após a publicação do edital.
(Por Charles Nisz,
Amazonia.org.br, 05/09/2007)