Análise do processo pelo TCU e pedido de mais tempo por interessados para formalizar os consórcios podem levar governo a mudar data, diz TolmasquimO presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Mauricio Tolmasquim, disse nesta quinta-feira, 13 de setembro, que o governo ainda trabalha com a possibilidade de licitar a hidrelétrica Santo Antônio (RO, 3.168 MW), mas não descarta a necessidade de adiar o certame. Segundo ele, a razão é a análise de toda a documentação do negócio pelo Tribunal de Contas da União e a sinalização por parte de agentes interessados na usina, de que precisarão de mais tempo para formalizar os consórcios.
Durante participação no segundo dia do 4º Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico, em São Paulo, Tolmasquim contou que pretende conciliar os interesses dos interessados em participar do leilão por mais prazo para formação de consórcios com a janela hidrológica que permitiria a entrada das primeiras máquinas da usina em operação comercial ainda em 2012.
As empresas Suez e Camargo Corrêa - que pretendem liderar consórcios - teriam sinalizado a possibilidade de adiamento para analisar as parcerias a tempo de atender ao cronograma do leilão. Já no caso do TCU, a análise do processo de licitação é obrigatória. A preocupação do governo, segundo Tolmasquim, é de assegurar a competitividade do leilão, evitando que apenas um concorrente dispute o empreendimento. No entanto, o presidente da EPE ressaltou que não há data limite definida para licitar o empreendimento.
No entanto, para uma fonte do mercado, o atendimento energético, embora esteja tranqüilo, pode comprometer caso ocorra o adiamento do leilão de Santo Antônio. Segundo essa fonte, já em 2011 há sinal de déficit de 1,4 mil MW - que poderia ter sido coberto se a usina nuclear de Angra 3 (RJ, 1.350 MW) tivesse a decisão pela continuidade das obras tomada há mais tempo.
(Por Fábio Couto,
Canal Energia, 13/09/2007)