A China suspendeu as doações de ursos panda - uma espécie sob risco de extinção - a países estrangeiros, noticiou a imprensa chinesa nesta quinta-feira (13/09), citando uma autoridade ambientalista local. A partir de agora, a China só emprestará pandas para fins de 'pesquisa biológica e reprodutiva", disse à agência Chinanews.com Cao Qingyan, porta-voz da Administração das Florestas.
- O governo chinês suspendeu as doações de pandas para o exterior. Quanto aos países estrangeiros, nós só faremos pesquisas com eles - disse Cao. O panda gigante é uma das espécies mais ameaçadas de extinção e só é encontrado na China. Estima-se que 1.600 pandas selvagens vivam em reservas naturais nas províncias de Sichuan, Gansu e Shaanxi.
No entanto, apesar do risco de sumirem das motanhas e florestas de bambu onde vivem, estes ursos têm sido emprestados e dados de presente a outros países como símbolo de amizade e boa vontade. Críticos acusam o governo chinês de usar o que chamam de "diplomacia do panda" para impulsionar suas agendas políticas e cobrar altas taxas dos países que os recebem.
No sábado, o zoológico de Madri recebeu um casal de pandas doados pelo governo chinês. Na semana passada, a China concordou em enviar outro casal de sua reserva natural de Wolong, na província de Sichuan (a sudoeste) para o zoológico de Adelaide, Austrália, que ficará com os animais durante 10 anos. Cao disse que o governo chinês só doará pandas a Hong Kong, devolvida à China pela Grã-Bretanha em 1997, e Taiwan, a vizinha ilha autônoma que Pequim considera parte de seu próprio território.
- É uma troca de pandas entre irmãos - explicou Cao. Em abril, a China doou outro casal de pandas a Hong Kong para celebrar os dez anos do retorno da antiga colônia britânica ao domínio chinês. Já Taiwan tem recusado as insistentes ofertas de pandas feitas por Pequim e um deputado taiwanês chegou a comparar os ursos a uma versão chinesa do Cavalo de Tróia, "feito para destruir as defesas psicológicas taiwanesas".
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O Globo Online, 13/09/2007)